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Campos de concentração… nos EUA



Após os ataques de Pearl Harbor, os EUA passaram a acreditar que todo japonês em solo americano, até as crianças, eram racialmente leais ao Japão. Os estadunidenses passaram a desconfiar que os japoneses nos EUA – tanto os imigrantes até cidadãos e filhos de cidadãos – eram traidores em potencial e poderiam cometer atos de sabotagem ou espionagem para o Império Japonês.


Em 1942, usando a justificativa de necessidade militar, o governo dos EUA aprisionou toda a população nipo-americana da Costa Oeste – mais de 120.000 pessoas – sem qualquer acusação, julgamento ou direito de apelação, em dez campos de concentração localizados em áreas desoladas do interior do país. Eram homens, mulheres, crianças, idosos e doentes mentais em campos onde não havia qualquer privacidade. 62% dos internados eram cidadãos americanos ou filhos de cidadãos americanos, e apenas o resto eram imigrantes. Na Europa, Adolf Hitler condenava aos campos de concentração quem tinha 1/4 de sangue judeu. Nos EUA, descendentes com apenas 1/16 de sangue japonês já eram considerados perigosos. Um dos responsáveis pela administração dos campos, o Coronel Karl Bendetsen, chegou a dizer que quem tinha uma só gota de sangue japonês deveria ser levado aos campos. Outros países do continente com grande população japonesa, como Peru e Brasil, também assumiram medidas restritivas contra seus cidadãos japoneses.


Antes de Pearl Harbor, muitos membros da comunidade nipo-americana tinham sido fazendeiros prósperos. Uma vez presos, suas terras foram confiscadas e dadas aos fazendeiros brancos – justamente aqueles que mais pressionaram por essas medidas repressivas contra a comunidade nipo-americana, para que pudessem eliminar a competição. Aquilo que muitos brasileiros burros e imbecis de direita e defensores dos EUA temem que ocorra no Socialismo, ocorreu com um teor racista no Capitalismo norte-americano. E mesmo após a guerra, a maioria dos nipo-americanos nunca mais reveu suas terras perdidas.


Homens, mulheres e crianças foram obrigados, por ordens do Exército, a desistir de suas casas, empresas e posses mundanas em poucos dias e trazidos para estes campos, onde as condições de vida eram precárias. A água da maioria dos campos era intragável e insalubre. A região onde ficava os campos era poluída e cheia de poeira, aumentando a incidência de asma. Médicos e remédios estavam sempre em falta, causando problemas para diabéticos e crianças. As doenças variavam desde o resfriado comum até pneumonia devido à falta de roupas e aquecimento. A disseminação de vírus e doenças era muito grande. Como as filas eram longas apenas para lavar as mãos, muitos simplesmente deixavam de lavar as mãos e continuavam a propagação de germes. As refeições não eram bem cozidas, então muitos dos presos sofriam de intoxicação alimentar.


Cidadãos de descendência alemã e italiana também foram levados a esses campos. Mas a quantidade destes foi muito pouca em comparação com a dos nipo-americanos, mesmo eles sendo uma população muito maior Apesar de não haver câmaras de gás nem plano de extermínio, milhares de prisioneiros nesses campos morreram por causa das condições insalubres de alimentação, água e doenças. Mulheres, crianças e idosos foram os que mais sofreram com as condições precárias dos campos. Entre os sobreviventes, estão nipo-americanos famosos, como Pat Morita, o Sr. Miyagi dos filmes do Karate Kid, e George Takei, ator de Star Trek, cuja experiência de infância nesses campos o tornou um ferrenho ativista em defesa dos direitos dos imigrantes e crítico da Administração Trump.


A atitude do governo na época foi contra a própria Constituição Americana, que oferecia ao cidadão americano garantias contra o abuso da autoridade estatal, o direito a Habeas Corpus,e a afirmação de que ninguém pode ser privado de sua vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal. Mas apenas em 1988, mais de 40 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Congresso decidiu oferecer reparações aos nipo-americanos que sofreram na época nesses campos. Na ocasião, o Congresso reconheceu que as políticas foram feitas com base em “preconceito racial, histeria de guerra e uma falha de liderança política em oposição a razões legítimas de segurança”


Os campos japoneses, embora nem se comparem com o horror dos campos nazistas, nos lembram que, embora a luta contra os nazistas tenha sido justa, os Aliados também cometeram seus crimes. Entretanto, apenas erros cometidos no lado soviético são lembrados, em uma tentativa de atacar o esforço heroico do Socialismo Soviético. Os ataques do Governo Americano as liberdades individuais de seus cidadãos é algo que refutaa a ideia dos EUA como uma “Terra de Liberdade”.


Com a atual política migratória dos EUA, muitos acham justificável separar famílias inteiras porque elas podem ser “terroristas” ou “bandidos”. Mas lembremos que nos anos 40 muitos defenderam a ideia de que famílias inteiras fossem postas em campos de concentração porque o Japão era um inimigo cruel e brutal na Segunda Guerra.



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