Que os entreguistas tirem as mãos dos Correios!
- Movimento Nova Pátria
- 22 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de ago. de 2020
(Movimento Nova Pátria. 2 de abril de 2018)

Desde o anúncio da promulgação de greve pelos trabalhadores dos Correios, se suscitou perante as diferentes camadas sociais um debate intenso e muitas vezes crítico aos funcionários dessa estatal e sobre também suas defasagens. O movimento Nova Pátria, inserido entre esses trabalhadores vem por meio desta nota delimitar nosso posicionamento e explicar a quem está alheio ao assunto o que vem ocorrendo para motivar essa luta.
Prestamos aqui nossa imensa solidariedade a esses trabalhadores.
Nos últimos anos no Brasil, estamos pagando um preço bastante amargo com as políticas entreguistas dos neoliberais e vende-pátrias que estão ocupando o congresso nacional.
Tais políticas trazem a tona um projeto antigo e caquético de modelo econômico baseado na entrega total de todas as nossas riquezas soberanas aos interesses da especulação do capital estrangeiro. Estamos falando da volta das políticas de privatização em massa.
É dentro dessa realidade complicada que esta nota pretende discorrer sobre o tema das privatizações, porém especificadamente em torno de uma das mais importantes estatais do país: a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) conhecida popularmente como Correios.
Não é de hoje que os Correios vem passando por mudanças graduais que possibilitam e tornam mais viáveis a sua privatização. Até o presente momento, o risco de privatização se dá no fatiamento da empresa em subsidiarias (CorreiosPar) que irão gerir os serviços mais lucrativos pertencentes ao setor da logística nacional e a entrega de encomendas.
Essa política teve seu inicio durante o governo FHC, com o surgimento de agências franqueadas, e foi incrementada novas mudanças durante a gestão do PT – que tiveram uma participação direta em mudanças que não foram nada positivas aos trabalhadores dos Correios. O descontentamento dos trabalhadores com o governo petista é imenso.
Greves e mais greves foram as respostas dos trabalhadores à administração da empresa que, desde a ultima mudança de gestão, se mostra altamente intransigente ao aplicar medidas que só vieram sufocar ainda mais os trabalhadores; como a suspensão das férias, falta de concurso publico desde 2011 e as demissões voluntárias que fizeram elevar a sobre-carga de trabalho e piorar a qualidade dos serviços prestados.
Guilherme Campos, atual presidente da empresa, e o atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, representam bem os interesses mais nefastos do projeto golpista aplicado no país.
Esse projeto, desde seu inicio, possui prerrogativas falsas e criminosas para poder legitimar as reformas e mudanças autoritárias que pretendem aplicar. A exemplo de comparação com a grande mentira escancarada em torno da reforma da previdência, a administração dos Correios, recentemente, deu um golpe fatal no coração dos trabalhadores acetistas ao realizar uma mudança relacionada ao aumento do custeio do plano de saúde da categoria, por alegarem prejuízos financeiros, e que irá reduzir drasticamente o tão baixo salário dos empregados.
Como se não bastasse a onda de ataques aos direitos dos trabalhadores, estes mesmos ainda sofrem com situações insalubres nos centros operacionais, colocando a vida dos empregados em risco. A empresa nos últimos anos tem negligenciado as manutenções necessárias nas instalações dos galpões e nos setores que armazenam as cartas e encomendas, aumentando o risco de acidentes graves.
Atrelado a esse problema, em 2017, a empresa pagou a conta por três grandes incêndios provocados nestes galpões em horário de pouca circulação nos setores. Coincidências ou não, falta de manutenção ou não, existem várias especulações em torno desses “incidentes” que nos leva a acreditar numa possível auto-sabotagem da empresa para alimentar a propaganda sobre o sucateamento e ganhar apoio da população para a privatização.
Os Correios possuem um papel fundamental nas comunicações do país, inclusive para integrar nacionalmente todos os serviços essenciais relacionados a entrega de cartas, malotes e encomendas em praticamente 99% do território brasileiro.
Nenhuma empresa privada está disposta a fazer entregas em regiões distantes, interioranas e de difícil acesso devido ao alto custo e ao baixo lucro a ser obtido, por isso a necessidade dela ser gerida pelo o Estado é primordial para que a população não fique carente destes serviços.
Com os Correios privatizado a população irá perder e muito, assim como os 102 mil trabalhadores que a compõem.
Quem luta contra a má política e a corrupção generalizada, jamais deve defender a privatização de nosso patrimônio público. Quando a nossa casa está bagunçada nós fazemos o possível e o impossível para arrumá-la, e com as estatais não é diferente. Quem prega a privatização da nação brasileira, além de mau caráter é um traidor lesa-pátria e anti-povo. Um verdadeiro patriota e defensor da soberania nacional deve se opor ferrenhamente aos ideais do entreguismo propagandeados pelos neoliberais.
Os Correios, assim como todas as estatais do país, pertencem ao povo e devemos lutar com todas as nossas forças para salvá-lo, e não destruí-lo.
Se a sua encomenda não está chegando ou foi extraviada, agora você sabe quem são os verdadeiros culpados.
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