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Taiwan entra na disputa entre China e Japão



Na terça-feira passada, ocorreu uma cena inusitada: a Guarda Costeira japonesa lançando canhões de água contra dezenas de pesqueiros taiwaneses que avançaram em águas das ilhas, conhecidas como Diaoyu em chinês e Senkaku em japonês.


Nas duas últimas semanas a disputa entre a China e o Japão em torno das ilhas têm se acirrado, após o governo japonês ter comprado as ilhas de seus ex-proprietários. Embora também reivindique as ilhas, Taiwan sempre preferiu assistir aos desdobramentos dessa disputa de longe, ao invés de se engajar. Protestos violentos antijaponeses, tão comuns nos últimos anos na China, eram raridade em Taiwan. E o governo taiwanês defendia a sua soberania sobre as ilhas perante o Japão de forma tímida, para não aborrecer o seu aliado. Taiwan não passava de um mero coadjuvante num enredo protagonizado pela China e o Japão.


Mas a situação mudou nesta semana. Além do confronto entre os pesqueiros taiwaneses e a Guarda Costeira japonesa, manifestantes saíram às ruas de Taipé para pedir a devolução das ilhas. O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou adotou uma posição mais dura na disputa territorial em comparação àquela de seus antecessores, contribuindo para a escalada das tensões.


Para especialistas como M. Taylor Fravel, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), embora as imagens das embarcações taiwanesas sendo atingidas por canhões de água da Guarda Costeira japonesa sejam “dramáticas,” ele não acredita que o conflito territorial acabe azedando as relações entre Taiwan e o Japão, os dois maiores aliados dos EUA no Extremo Oriente. “Ma (Ying-jeou) está jogando principalmente para um público nacional e não vai querer prejudicar as relações com o Japão”, disse Fravel, em entrevista para a revista “Time.”


Embora Fravel tenha razão, essa posição mais agressiva de Taiwan _impensável até pouco atrás_ reflete uma transformação nas suas relações com a China e o Japão.

Se, durante a Guerra Fria, Taiwan se alinhava automaticamente ao Japão e aos EUA contra a China, hoje há uma maior ambivalência dos taiwaneses no âmbito regional.


A economia de Taiwan encontra-se interligada à da China. Além disso, desde que assumiu o poder, o presidente Ma Ying-jeou tem se dedicado em melhorar as relações políticas com entre Pequim e Taipé. Ma obteve enorme sucesso em apaziguar as tensões que caracterizavam o relacionamento entre ambos os governos. A posição mais crítica de Ma em relação ao Japão faz parte desses esforços.


Será interessante observar os desdobramentos da disputa territorial e o seu impacto nas relações entre Taiwan e o Japão. Não creio que esse conflito irá deteriorar os fortes laços entre Taipé e Tóquio, mas com certeza ocasionará certas mudanças na natureza desse relacionamento.


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