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É verdade que existia censura em Hollywood?



No início da década de 20, o cinema ainda estava dando os seus primeiros passos como uma “nova arte”. Por conta da I Guerra Mundial, Hollywood tomou a dianteira na produção cinematográfica. Contudo, Hollywood sofria de problemas com sua própria imagem no restante do país. A cidade era conhecida como “cidade do pecado”, em parte por conta dos escândalos que surgiam sobre as estrelas de cinema. Esses escândalos serviam de munição para os que não aceitavam o cinema como uma “nova arte”.


Para resolver o problema da imagem do cinema hollywoodiano, e da cidade, os grandes estúdios do cinema decidiram que algum tipo de censura deveria ser criada. Em 1922, o pastor presbiteriano, também na época diretor-geral dos Correios dos EUA, Will H. Hays, foi escolhido para a presidência do Motion Picture Association of America (MPAA). Em 1924, todos os filmes de Hollywood passavam pela análise de Hays, mas foi 1930 que o Hays Code tornou-se oficial. O Hays Code era subdividido em duas listas: Dont’s, que dentre as proibições podem-se citar: nudez, tráfico de drogas, escravidão branca, miscigenação, ridicularização do clero, ofensa intencional a qualquer nação, raça ou credo; e Be Carefuls que recomendava cautela na utilização dos assuntos: uso da bandeira, armas de fogo e drogas, técnicas de cometer assassinato, brutalidade, crueldade com crianças e animais, prostituição, entre outros. Apesar de ter se tornado oficial 1930, foi só em 1934 que o Hays Code passou a ser cumprido de maneira rigorosa. Antes de 1934, a restrição de alguns assuntos no conteúdo dos filmes era mais realizada através de leis locais ou ainda através de negociações entre os estúdios de cinema. O Código Hays teve dificuldade em se estabelecer nos primeiros quatro anos, em parte por ter sido considerado extremamente moralizante, mas também por conta da burocracia que surgiu das divergências dos grandes estúdios e as leis estaduais de censura. O resultado desse hiato pode ser verificado nos filmes dos anos 20 e início dos anos 30 que são marcados por cenas com insinuações sexuais, miscigenação, uso de drogas ilegais, palavrões, prostituição, infidelidade, aborto, violência intensa e homossexualidade.


Esses filmes deram origem a um tipo de subgênero chamado “Pre-Code Hollywood”, que não durou muito tempo, mas produziu filmes memoráveis como Inimigo Público (1931), Scarface (1932), entre outros.


Em 1934, uma emenda ao código foi aprovada instituindo o Production Code Administration a requerer que todos os filmes, a partir do dia 1o de julho daquele ano, obtivessem um certificado de aprovação antes de sua estreia. Nos próximos trinta anos a partir daí, o Código Hays atingiu seu auge em Hollywood, que aderiu ao código. Ainda em 1934, Joseph Breen, católico devoto, foi nomeado chefe do Código de Produção.


O Código Hays começa a perder força nos anos 50 devido a ascensão do cinema europeu e com o aparecimento da televisão. Filmes como A Streetcar Named Desire (1951) e Rebel Without a Case (1955) fizeram retornar ao cinema assuntos polêmicos como na época dos filmes “Pre-Code Hollywood”. Nos anos 60, o Código Hays entra em total decadência e deixa de ser utilizado. Em 1968, Jack Valenti é nomeado presidente da MPAA e nesse mesmo ano a Motion Picture Association of America (MPAA) elege oficialmente o novo sistema de classificação por faixa etária (sistema que é utilizado até hoje). O Código Hays, que se baseava em uma lista de assuntos considerados contra a moral e os bons costumes, foi substituído pelo voluntary movie rating system, considerado inovador na época.


O voluntary movie rating system, ou sistema voluntário de classificação de filmes, utiliza um conjunto de classificações que são atribuídas aos filmes após eles serem feitos (diferente da censura que o Código Hays impunha). Essas classificações são monitoradas por três organizações diferentes: a MPAA, a NATO (National Association of Theater Owners) e a IFIDA (International Film Importers & Distributors of America).


As classificações utilizadas no início da implementação do novo sistema, entre 1968 e 1969, eram designadas pelas letras G, M, R e X. Recebiam a classificação G (General Audiences) os filmes liberados para todas as idades.


A classificação M (Mature Audiences) também era liberada para todas as idades, porém, diferente da classificação G, a classificação M servia de orientação para os pais assistirem ao filme antes dos seus filhos e daí então decidirem se consideram o filme apropriado ou não para os seus filhos assistirem. A classificação R (Restricted) restringia os menores de 16 anos a assistirem a filmes, a não ser que estes estivessem acompanhados de seus pais ou guardiões legais. Já na classificação X era estritamente proibido que menores de 18 anos assistissem aos filmes.


As classificações M e R não foram bem apreendidas pelos pais, que entenderam que a primeira era mais “rigorosa” que a segunda. Então, em 1970 a classificação M foi substituída pela classificação GP, que depois de um ano foi novamente substituída por PG. Em 1972, foi acrescentado à classificação PG a observação “Some Material May Not be Suitable for Pre- Teenagers” que advertia que o filme poderia conter partes ou assuntos considerados inapropriados para pré-adolescentes. Essa observação sofreria uma mudança em 1978, quando foi alterado de “Pre-Teenagers” para “Children”. A classificação PG sofreu uma subdivisão em 1984, a PG-13, por conta da necessidade que surgiu em classificar filmes com violência que estavam recebendo a classificação PG. A classificação PG-13 advertia os pais para os filmes que continham conteúdo considerado inapropriado para menores de treze anos. Em 1990, a classificação X foi substituída pela classificação NC-17. Com o passar dos anos, a classificação X absorveu a conotação de filme pornográfico. Por isso surgiu a necessidade de distinguir os filmes apenas não recomendados para menores de 17 anos, porém não pornográficos, dos filmes pornôs.


Ainda sobre o método de classificação etária dos filmes, os filmes classificados como G não contém temas como nudez, sexo, violência, uso de drogas, linguagem chula ou qualquer tema que os pais possam considerar inapropriados para crianças. Contudo, não são necessariamente filmes infantis. Pode conter alguma referência a violência, mas nada “pesado”. Filmes com a classificação PG são filmes cujo os pais decidem se seus filhos podem ou não assistir. Pode conter alguma linguagem inapropriada, violência e nudez, mas nada muito explícito. A classificação PG- 13 indica que o filme pode conter violência (leve, não realista ou não persistente), breve nudez (geralmente sem conotação sexual), entre outros assuntos, todos tratados de maneira rasa. A classificação R em filmes já indica conteúdo adulto como linguagem pesada, violência intensa ou persistente, nudez com conotação sexual, uso de drogas, entre outros. Filmes com a classificação NC-17 podem conter violência, uso de drogas, comportamentos considerados anormais e sexo, apesar de não serem considerados filmes pornográficos.


Os materiais de divulgação dos filmes, como trailers e pôsteres, também passam pelo crivo da MPAA. Os trailers recebem uma classificação que aparece no plano inicial do mesmo. Elas são chamadas de green band, yellow band e red band. A classificação green band indica que o trailer pode ser passado antes de filmes com qualquer classificação. Já a classificação yellow band indica que o trailer só pode ser visualizado por audiências de faixa etária apropriada. É uma classificação utilizada apenas em trailers na internet. A red band indica que o trailer só poderá passar antes de filmes com a classificação R ou NC-17, para audiência adulta.


Referências:

GÓES, Laércio Torres. O mito cristão no cinema. Editora Edusc: Salvador, 2003.

HALBFINGER, David M. Attention, Web Surfers: The Following Film Trailer May Be Racy or Graphic. The New York Times, 13 de junho de 2007.

The voluntary movie rating system. Folheto escrito por Jack Valenti The Skeptic Tank – 25 de maio de 1993


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