Apoiar o nacional-desenvolvimentismo! Esmagar o Neoliberalismo!
- Movimento Nova Pátria
- 11 de set. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de ago. de 2020
(Movimento Nova Pátria. 7 de setembro de 2018)

As eleições deste ano ocorrem em um cenário bastante peculiar da política brasileira. É a primeira eleição após o golpe jurídico-parlamentar que ocorreu em 2016, com objetivo de serem implementadas um conjunto de reformas com um caráter antinacional e antipovo.
Há exatamente dois anos o imperialismo retirou um regime de conciliação com o capital financeiro e a classes dominantes para implementar um programa político ainda mais dependente e ainda mais aprofundado nas práticas neoliberais. Com apenas dois anos de governo, a “ponte para o futuro” demonstra o seu total fracasso. O Brasil já demonstra alguns sintomas da PEC do teto de gastos (que congela o nosso orçamento em 20 anos) mesmo ela tendo sido implementada há pouquíssimo tempo, com os investimentos públicos no ensino, saúde, segurança e outras áreas, sendo totalmente comprometidos.
Outro sintoma sentido pelo povo, do projeto político-econômico do golpe parlamentar foi o aumento absurdo dos combustíveis e do gás, que culminou na greve dos caminhoneiros e trabalhadores de frete por todo o Brasil. Tudo porque Michel Temer paralisou nossas refinarias e começou a comprar o nosso próprio petróleo refinado no exterior, quando ele poderia ser refinado como combustível aqui mesmo no Brasil.
Paralelamente, apesar da diminuição na quantidade e intensidade de manifestações de rua, o fortalecimento da onda conservadora e reacionária não demonstra sinais de enfraquecimento. Ao contrário, a liderança de Bolsonaro no primeiro turno nas pesquisas eleitorais – quando as pesquisas de intenção de voto não apresentam como candidato o ex-presidente Lula, que se encontra preso de forma ilegítima em virtude do esforço da reação em consolidar seu projeto entreguista nestas eleições – demonstra de forma nítida que não podemos subestimar o perigo de um triunfo eleitoral do fascismo.
Sintetizando, entendemos que as eleições que se avizinham apresentam o perigo da vitória eleitoral dos golpistas de 2016, seja pela possibilidade de vitória eleitoral de um projeto entreguista tradicional (representado pelo candidato Geraldo Alckmin do PSDB), seja pela possibilidade de triunfo de um candidato abertamente fascista (Jair Bolsonaro), que já prestou continência para o imperialismo americano e que irá aumentar a entrega de nossas riquezas naturais para o capital estrangeiro, além de claramente intensificar a repressão contra o movimento nacionalista e popular. PORTANTO, em decorrência destas graves ameaças que se apresentam diante de nós e de todos setores responsáveis da esquerda nacionalista e popular, o movimento NOVA PÁTRIA, em Conferência realizada no início de agosto com representações de Pernambuco e Rio Grande do Sul, decidiu se posicionar acerca destas eleições indicando voto no presidenciável CIRO GOMES do PDT.
Ainda que levemos em conta suas limitações políticas, a exemplo de sua análise sobre o papel do agronegócio no Brasil, entendemos que o seu projeto, entre os que de fato possuem real projeção eleitoral, é o único que possibilita o enfrentamento de certos problemas estruturais que foram negligenciados na gestão petista e inclusive aprofundados durante o governo golpista de Michel Temer.
Entendemos que a indicação de Kátia Abreu, como sua vice, aprofunde os receios e as críticas por parte de setores da esquerda brasileira. O Nova Pátria entende que é impossível a emancipação do Brasil sem a destruição completa e definitiva do latifúndio e do agronegócio. Apesar de Kátia Abreu ter combatido tenazmente o golpe e a reforma trabalhista (e, por isso, ter sido expulsa do MDB), compreendemos a limitação no tocante a questão agrária que a sua indicação representa.
Neste sentido, sua indicação como vice na chapa não nos pareceu ser um motivo para negarmos o apoio ao projeto de Ciro Gomes, que nada mais é do que um resgate da boa tradição do trabalhismo brasileiro, tanto nos seus aspectos positivos como nas suas limitações políticas e econômicas.
Ao contrário das gestões petistas, que adotaram a cartilha econômica neoliberal, a candidatura de Ciro empreende uma forte crítica à política de desindustrialização (responsável por elevar o protagonismo do setor rural e o esfacelamento de nossa indústria nacional), assim como realiza fortes críticas ao capital financeiro, ao rentismo e aos bancos, setor que fora amplamente beneficiado pelo PT, que lhes presenteou com o ministério da fazenda seguidas vezes, como nos casos de Henrique Meirelles e, posteriormente, Joaquim Levy.
Há mais de duas décadas, Ciro é o único candidato com projeção e chances de vitória que fala abertamente em renacionalizar campos de petróleo do Brasil que foram entregues de bandeja para países estrangeiros, bem como é o único que fala abertamente sobre romper as negociações escusas que visam acabar com a EMBRAER.
Ainda que a candidatura do PT tenha forte prestígio, sobretudo por conta da popularidade do ex-presidente Lula (e que, certamente, terá sua candidatura impugnada), a projeção de governo do PT tem, tão somente, uma política “mitigar” as mazelas do projeto neoliberal, sem realmente procurar extirpá-la.
Até uma plataforma nacionalista moderada, como é o plano de governo de Ciro Gomes, um projeto nacional-desenvolvimentista em sua essência, bastante semelhante as projeções do trabalhismo getulista nos anos 50, está anos-luz à frente das proposições petistas. E por sua vez, o próprio PT acabou de rasgar o véu que ainda encobria seus últimos vestígios de preocupação com a classe trabalhadora e a soberania nacional ao rifar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco (candidatura com projeções reais de ser uma alternativa a Paulo Câmara), numa tentativa desesperada de isolar Ciro Gomes, buscando ao máximo impedir sua vitória. Preferiram assim que o Brasil seja entregue aos abutres do PSDB ou mesmo aos bolsonaristas, ao invés de que um projeto de esquerda, alternativo (e certamente mais progressista que o do PT) possa triunfar.
Quem se pintar como uma alternativa "a tudo que está aí", é a candidata Marina Silva, do partido REDE, que apela a um ambientalismo e moralismo difusos, mas que possuem uma agenda econômica bem alinhada ao capital financeiro, a exemplo da última eleição, de 2014, que contou com a preferência explícita do Banco Itaú.
Desta forma, e não estando nós dispostos a apoiar candidaturas que são lançadas apenas para propagar determinadas ideias partidárias, mas comprometidos a apoiar um projeto capaz de derrotar eleitoralmente o golpismo, o entreguismo e o fascismo, o movimento NOVA PÁTRIA, ratificando seu compromisso com a emancipação do Brasil, decidiu pelo apoio ao CIRO GOMES.
O projeto nacional desenvolvimentista não é um projeto nacionalista popular “ideal”, todavia, não temos receio em admitir: é o único projeto capaz de derrotar, nestas eleições, os golpistas de 2016, seja naquilo que se projeta como onda conservadora na figura de Bolsonaro, ou na agenda entreguista neoliberal que se explicita na candidatura do PSDB; Ciro Gomes é o único candidato que pode, realmente, não apenas “mitigar” as mazelas do neoliberalismo, como pretende enfrentar o rentismo e o modelo neoliberal de frente. É a aplicação, de fato, de um projeto nacional desenvolvimentista.
Por tanto, apontamos a todos os nossos militantes, simpatizantes e amigos da organização, o apoio à candidatura de CIRO GOMES!
Abaixo o entreguismo! Abaixo o fascismo! Abaixo o rentismo e os parasitas do mercado financeiro! Por um governo nacional, popular e democrático!
★ Pela libertação de nossa Pátria! ★
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