Coordenador do MTST é assassinado pela PM em Uberlândia
- Mirella M.
- 6 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Daniquel Oliveira dos Santos, de 41 anos, era coordenador da ocupação Fidel Castro e foi alvejado com um tiro na nuca disparado por um PM; "Mais um caso de violência política no país", disse Guilherme Boulos

Um militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi assassinado pela Polícia Militar de Minas Gerais na madrugada nesta quinta-feira (5) em Uberlândia.
Daniquel Oliveira dos Santos, que tinha 41 anos, era coordenador da ocupação Fidel Castro, organizada pelo MTST há 3 anos, e cuidava da parte de infraestrutura do local. De acordo com o movimento, Santos havia subido em um poste de uma das casas para um serviço de manutenção quando foi alvejado na nuca com um disparo efetuado por um policial militar.
Já o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de Uberlândia informou que um grupo de policiais fazia uma operação na ocupação quando avistou três indivíduos próximos a um matagal e, ao se aproximarem, teriam constatado que um deles, Daniquel, estaria armado. Os agentes, então, teriam anunciado uma abordagem e os três indivíduos teriam corrido para um matagal, sendo que Daniquel ainda teria apontado a arma para os policiais, que dispararam.
Segundo a PM, ao adentrarem o matagal, os policiais viram Daniquel caído com um ferimento na cabeça e um revolver ao lado com três cartuchos intactos. Ele foi levado ao Pronto-Socorro da Universidade Federal de Uberlândia (PS-UFU), mas não resistiu aos ferimentos.
Em nota divulgada nas redes sociais, o MTST lamentou a morte do militante e confrontou a versão da polícia, dizendo que Daniquel estava desarmado.
“Mais um caso de violência política no país. Exigimos punição aos assassinos!”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos.
Em protesto contra o assassinato de Daniquel, membros da ocupação Fidel Castro fizeram um ato em que bloquearam a BR 050. O ato foi reprimido pela PM e três pessoas teriam ficado feridas.
“É inadmissível que um trabalhador que luta pelo direito básico à moradia seja assassinado de maneira tão cruel e fria por um agente de segurança pública. O MTST expressa seu mais profundo repúdio à PM de MG e à política de criminalização da pobreza levada a cabo pelo governador Romeu Zema”, escreveu o MTST em nota.
Por Ivan Longo, Revista Forum
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