Depois de saírem da Coreia do Norte, desertores querem voltar ao país socialista
- Jornal A Pátria
- 13 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de dez. de 2019
Kwon Chol Nam fugiu da Coreia do Norte para China, atravessando a fronteira por meio da margem do rio, rastejando à noite.

Ele fez uma longa e perigosa jornada na China, e caminhou muito tempo pela floresta do Laos, até chegar à Tailândia, onde lhe permitiram voar para Coreia do Sul, para começar uma "nova vida".
Isso foi há três anos. Mas depois de tanto perigo nessa trajetória, ele agora quer voltar. Além de sentir falta da sua família, a Coreia do Sul não é nada do que ele esperava.
"A Coreia do Norte é o meu lar. É onde está a minha vida e onde meus pais faleceram", ele disse. "Não há esperança de viver aqui. Sofri muitos assédios morais e sou tratado como um cidadão de segunda classe".
Ao longo das últimas décadas, em meio ao conflito entre as Coreias, houveram casos de norte coreanos que buscaram se "refugiar" na Coreia do Sul. Mas tem sido cada vez mais crescente o número de norte coreanos que desejam retornar, afirmando que a Coreia do Sul não é a terra de "liberdade e prosperidade" que a propaganda capitalista promete.
Sr. Kwon vive em em uma situação de extrema pobreza e isolamento em um pequeno quarto da periferia das zonas suburbanas de Seul, tendo que contar com caridade de outras pessoas para complementar a renda e poder pagar os aluguéis.
Está desempregado e afirma que, quando trabalhava como operário, recebia muito menos que os colegas de trabalho ou não recebia nada. Conta também que sofre com o estigma de vir do Norte, onde os sul coreanos muitas vezes o veem como atrasado ou estúpido.
"Na Coreia do Sul estou sozinho, isolado. E a maioria dos desertores pensa como eu", ele disse. "Sul coreanos não querem se socializar conosco, não nos veem realmente como seres humanos".
"Mesmo que a Coreia do Norte seja mais pobre, eu me sentia mais livre lá. Vizinhos e pessoas se ajudam e dependem umas das outras. Lá a vida é mais simples, aqui são todos escravos do dinheiro".
Com informações da ABC News (portal australiano de notícias)
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