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Fake news incriminam a UFRJ pelo incêndio do Museu Nacional

  • Foto do escritor: Camarada C.
    Camarada C.
  • 5 de set. de 2018
  • 3 min de leitura


Para variar, em algum lugar do submundo da escrotidão humana, um grupo de pessoas que nunca deu a mínima para a cultura, a educação e o patrimônio - esse mesmo povo que acha que um país como o Brasil pode se dar ao luxo de não ter Ministério da Cultura - resolvem querer jogar nas costas da administração interna da UFRJ a culpa pelo incêndio.


Dentre os dados que dão, falam sobre gastos com telefonia (de toda a universidade - o que inclui, por exemplo, acesso à internet), gastos com combustíveis e lubrificantes para 'carros oficiais' (que, na realidade, são todos os veículos administrativos da UFRJ) gastos com passagens de avião e gastos com diárias (numa universidade com mais de uma dezena de milhares de funcionários).


A fake news como um todo quer dar a entender que a culpa é da gestão interna da UFRJ, que supostamente 'esbanja e gasta mal' o dinheiro que recebe.

Além disso, fazem questão de dizer que boa parte dos cargos de administração são ocupados por pessoas filiadas a partidos políticos de esquerda.


Para variar, a lógica da desonestidade, o cherry-picking - a escolha de contexto - importam e muito. Vale lembrar que todo mundo tem direito a uma opinião, mas ninguém tem direito aos próprios fatos. Então vamos aos fatos:


1 - O orçamento da UFRJ vem reduzindo ano após ano (e isso não começou no governo Temer), fato esse que levou a uma greve basicamente iniciada por estudantes e depois incorporada por professores no ano de 2015. No ano seguinte, o edifício da Reitoria (onde também ficam os cursos de Arquitetura, Belas Artes e Gestão Pública) sofreu com um incêndio.


2 - No último ano a Reitoria apresentou uma proposta de orçamento que reduziu drasticamente todas as rubricas citadas pela fake news. Ou seja, tivemos uma administração que escolheu cortar em serviços que são importantes para o dia a dia da universidade dada a situação insustentável do quadro financeiro sufocado pelos cortes.

"Reduzir em 25% as despesas em telecomunicações Redução de 25% nas despesas com transporte universitário Reduzir contratos terceirizados em 30% Reduzir em 40% as despesas com combustíveis e manutenção de veículos oficiais Reduzir em 50% os gastos com serviços extra-quadros nos hospitais


“Vamos fazer reduções que não positivas para a instituição, mas é uma proteção institucional à universidade. Entendemos que nossa responsabilidade é evitar uma fragilização da UFRJ perante o estado brasileiro”, disse Leher aos conselheiros.

Vale notar que quando falamos de telecomunicações inclui-se acesso à internet, quando falamos transporte universitário, inclui-se o serviço de ônibus intra e intercampi. Quando falamos em combustíveis oficiais falamos de carros administrativos e não 'frotas de luxo'.


3 - A mensagem joga com a falta de compreensão geral das pessoas sobre a escala da UFRJ. É uma universidade de cerca de 50 mil estudantes e mais de uma dezena de milhares de funcionários. Nesse espectro, os 6,6 milhões de reais com telefonia ao ano devem ser encarados frente a realidade de um corpo universitário de aproximadamente 70 mil pessoas espalhado em diversos campi. O mesmo vale para os demais números.


4 - Foi a atual gestão da Reitoria que correu atrás de grana pras obras de reforma e restauro do Museu Nacional, que incluem um montante de mais de 20 milhões de reais não reembolsáveis do BNDES para o Museu. O acordo foi assinado, mas o dinheiro só seria liberado em outubro, uma vez que o pagamento foi suspenso devido a proximidade com as eleições gerais.


5 - O Chico Alencar, deputado federal pelo PSOL-RJ, destinou 200 mil reais em emendas parlamentares ao museu nacional (equivalente a 36% do orçamento normal do Museu) que foram vetadas pelo governo Temer. Em contraposição o mesmo governo, para se salvar, liberou centenas de milhões em emendas para comprar votos para barrar o processo de impeachment.


6 - Desde gestões passadas a UFRJ precisa recorrer a manobras contábeis em função de cortes nos repasses como o revezamento de pagamento de contratos, que consiste basicamente em se aproveitar das cláusulas que obrigam a continuidade de prestação de serviços por até 3 meses sem o pagamento em contratos com o poder público.

Ou seja, voltamos a roda maluca dessa gente escrota e sem escrúpulos: Defende corte de gastos, sucateia o serviço público, torna a coisa insustentável e ainda quer jogar a culpa pra galera que sempre defendeu mais verba pra educação e cultura.


Com todo respeito, nesse momento vocês tem nas mãos a fuligem da tocha que ateou fogo à nossa história.


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