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CONSTRUÇÃO

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Ideólogos do Estado mínimo sabem explicar por que o Museu da Língua Portuguesa pegou fogo?



Já começaram a surgir os ideólogos do Estado mínimo e propor que a tragédia foi um problema de gestão do Museu Nacional e que sua modernização recuperação poderia ter sido feita por meio de privatização ou alguma forma de gestão privada.


Só esquecem de informar que os museus surgem como equipamentos culturais como nós os conhecemos por meio de políticas de Estado, justamente fazendo a transição de um modelo de mecenato, em que o acesso aos bens culturais se destinava a uma elite.


Neoliberais velhos e novos, de todos as idades, parecem esquecer que o Museu da Língua Portuguesa em SP pegou fogo mesmo sendo uma OS (organização social) e tendo a tal governança moderna por meio de um conselho de participação da sociedade civil (que muitas vezes é reduzido ao mecenato empresarial de sempre, com decisões concentradas sobre políticas de acesso e preocupação muito maior com marketing e venda de produtos do que com a parte educacional).


Vamos lembrar também que o Museu Nacional tentou captar por meio da Lei Rouanet e não houve aporte significativo da iniciativa privada (leia-se não houve interesse) para aportar patrocínio cultural a projetos de modernização do prédio.


Além disso, o Museu Nacional não era só o prédio e a coleção, mas sim uma instituição de educação, cultura e pesquisa, que inclusive permanece. Era uma unidade acadêmica de uma universidade, com cursos de pós-graduação e extensão.


A tragédia mostra que a política de museus precisa mudar, seja pela dispersão do acervo (há mais museus no eixo Rio-Niterói-Petrópolis do que em Roma), bem como os museus precisam ter um formato de autarquia com maior capacidade de autonomia de gestão e tomada de decisões.


Mas os neoliberais de botequim esquecem conveniente que os principais museus do mundo são públicos e estatais - o Prado, o Louvre e o Museu Nacional de Antropologia do México são vinculados aos respectivos Ministérios e órgãos públicos de cultura, e a direção é formada por servidores de carreira, em geral com supervisão ministerial e parlamentar. O Museu de Antropologia do México é mais visitado e tem avaliações mais positivas em rankings internacionais inclusive do que o Museu Britânico...


Quando muito há apoio privado pelos patronatos, uma espécie de associação de amigos, que tem previsão institucional e ajudar a formular e gerir as políticas educacionais e culturais do museu. Mas com o planejamento estratégico e de gestão a cargo do Estado e no contexto dos direitos culturais como direitos de cidadania.


P.S.: O incêndio do Museu da Língua Portuguesa em SP foi em 2015, e o equipamento, que abriu a linha de museus interativos e voltados ao patrimônio imaterial/novas tecnologias, era instaurado desde 2002 em prédio histórico Estação da Luz - o Museu aliás só foi possível com a participação de recursos federais, embora pertença à estrutura administrativa do Estado de SP.


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