Novo objetivo de Bannon é derrubar o Partido Comunista da China, diz NYT
- Jornal A Pátria
- 5 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
O ultraconservador e ideólogo da 'direita alternativa' americana Steve Bannon se alia a bilionário dissidente chinês.

Ex-estrategista-chefe de Donald Trump , o ideólogo da "direita alternativa" americana Steve Bannon se mantém em contato com partidos e lideranças da direita em várias partes do mundo:
1) Na Europa, quer unir os partidos populistas que despontam em vários países para as eleições do Parlamento Europeu em 2019.
2) No Brasil, já se reuniu com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
E, segundo o jornal The New York Times , ele também cultiva uma relação próxima com Guo Wengui, um bilionário chinês dissidente de Pequim, com o ambicioso objetivo de derrubar o Partido Comunista.
Guo é também conhecido como Miles Kwok, que vive exilado nos Estados Unidos desde 2015. Ele integra a lista de procurados do governo chinês, sendo alvo de acusações que incluem suborno, lavagem de dinheiro, fraude e estupro. O bilionário nega ter cometido qualquer um destes crimes.
De acordo com o The New York Times, Bannon e Guo já se encontraram dezenas de vezes desde outubro de 2017, geralmente em cenários luxuosos, incluindo no iate de Guo ou no seu apartamento avaliado em US$ 67,5 milhões próximo do Central Park de Nova York.
Bannon e Guo fizeram juntos uma entrevista coletiva para anunciar os seus planos de articular um fundo de US$ 100 milhões para, abre aspas, "investigar a corrupção na China" e, nas suas palavras, "oferecer ajuda àqueles que consideram ser vítimas" de perseguição. Guo entraria com os recursos, e Bannon com a estratégia. O nome do fundo, segundo eles, será "Fundo do Estado de Direito".
— Nós dois, naturalmente, desprezamos o Partido Comunista Chinês. É por isso que nos tornamos parceiros — disse Guo na entrevista ao Times.
Embora os dois aliados tenham dito que o governo Trump não tem participação na sua iniciativa, as suas declarações vêm como um novo episódio de estremecimento entre Washington e Pequim, que já vivem uma guerra comercial inciada pelos EUA, dispostos a reduzir a influência internacional chinesa e a manter sua superioridade militar no Pacífico.
Desde que se exilou, Guo diz que tem evidências de atos de corrupção supostamente cometidos pela cúpula do poder da China. Entretanto, suas declarações são frequentemente consideradas pouco substanciais ou verificáveis. Foi esta, por exemplo, a opinião que a rede britânica BBC alegou para justificar sua decisão de não exibir uma entrevista que havia gravado com o bilionário chinês. Por sua vez, Bannon já foi o chefe do site de extrema direita Breitbart News, que dá espaço a teorias conspiratórias e atrai grupos ultranacionalistas.
A reportagem do The New York Times diz ainda que Bannon ouviu falar de Guo quando esteve na Casa Branca pela primeira vez. Segundo o jornal, Pequim pressionava o governo do presidente Trump para que extraditasse o bilionário de volta à China, onde as autoridades o acusam de manter laços com Ma Jian, um ex-espião preso sob acusações de suborno e abuso de poder.
Informações do O GLOBO
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