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Produção e consumo de alimentos na Rússia Soviética: A realidade em números

Por Léo Camargo*


A propaganda anti-comunista nos mostra uma União Soviética com população faminta em filas enormes nos mercados escassos em alimentos. A prova, segundo esta propaganda, de que essa realidade era, assim, tão dura são os registros fotográficos, disseminados pela imprensa burguesa, de pessoas sofrendo em filas nos mercados e nas padarias. Porém, os números de orgãos oficiais não corroboram com esta narrativa.


Jovem casal em supermercado localizado perto de fábricas para facilitar obtenção de alimentos aos trabalhadores

A propaganda anti-comunista nos mostra uma União Soviética com população faminta em filas enormes nos mercados escassos em alimentos. A prova, segundo esta propaganda, de que essa realidade era, assim, tão dura são os registros fotográficos, disseminados pela imprensa burguesa, de pessoas sofrendo em filas nos mercados e nas padarias.


Esta narrativa anti-comunista não resiste a três pontos:

1) As fotos disseminadas aos quatro cantos datam somente a partir de 1987, que é quando os efeitos da Perestroika, sob Gorbachev, começam a surtir os efeitos negativos que a liberalização da economia promoveu;

2) Os números apresentados por organismos internacionais, que não podem ser taxados de comunistas, e agências de estatísticas soviéticas convergem para uma realidade diametralmente oposta à propaganda anti-comunista;

3) A suposta escassez de alimentos está em contradição com os aumentos dos índices de qualidade de vida da população soviética.

Segundo a FAO, órgão da ONU para agricultura e alimentação, a União Soviética, em meados dos anos 80, estava entre os dez países do mundo com melhor qualidade na alimentação. Agora, indo além do relatório da FAO, vamos quantificar e comparar a Rússia Soviética com seus outros períodos históricos e, também, com os países capitalistas.


Na tabela da imagem 01 temos a linha do tempo, que começa no período czarista, onde mostra a evolução no consumo de diversos alimentos per capita das famílias de agricultores na Rússia. É possível ver o gigantesco avanço obtido pela Rússia Soviética no consumo de alimentos por pessoa no comparativo ao período czarista.


Imagem 01

Se o comparativo feito entre dois períodos históricos distintos do mesmo país - no caso Império Russo e República Socialista - nos traz, em certa medida, um bom grau de sucesso do socialismo, então agora vamos confrontar o sistema socialista com o sistema econômico capitalista. A Inglaterra(país berço do capitalismo) e os EUA são bons parâmetros de comparação. Na imagem 02, a tabela relaciona a produção dos principais tipos de alimentos per capita no ano de 1989. Pela tabela, a Rússia Soviética produzia 19% a mais de ovos que os EUA e também 30% a mais de leite. E isso só para pinçar alguns exemplos desfavoráveis a Rússia, pois se comparar com a Inglaterra fica mais feio para o lado deles conforme mostra a tabela.

Imagem 02

Continuando, vamos avaliar por outra perspectiva, pois assim conseguimos construir uma realidade ainda mais completa. Nas imagens 03 à 07 estão gráficos que mostram a evolução da produção e do consumo de leite, ovos, carnes, peixes e pão(selecionados estes itens pela alta qualidade alimentar) ao longo do tempo que compreende o período soviético até a atual Federação Russa que, respectivamente, tem dois sistemas econômicos diferentes, a economia planificada do socialismo e a economia de mercado do capitalismo.

Os comportamentos em comuns que estes gráficos de produção e consumo apresentam(ou pelo menos a maioria deles) é o declínio acentuado após o colapso da Rússia Soviética em 1989, o grau de constância no aumento da disponibilidade de alimentos no período soviético ao longo das décadas e a de que a Federação Russa não consegue alcançar, até 2014, os níveis produtivos e de consumo em comparação a antiga Rússia Soviética.

É importante sinalizar também que as curvas dos gráficos das imagens 03 e 04, após o colapso da Rússia Soviética, começam a se recuperar a partir de 1999, que coincide com o início de governo da era Vladimir Putin. O líder russo consegue reverter alguns indicadores negativos pesando a mão do Estado na economia, pois caso contrário, a tendência, se obedecida a cartilha liberal, seria continuar a descer ladeira abaixo rumo aos níveis do Império Russo.


Imagem 03

Imagem 04

Imagem 05

Imagem 06

Imagem 07


Por último, as imagens 08 e 09 mostram, respectivamente, os gráficos da expectativa de vida Rússia x EUA e da estatura média Rússia x EUA. Estes dois indicadores tem relação direta, em algum grau, com fatores qualitativos e quantitativos da alimentação e é o suficiente pra obter um raciocínio coerente com os dados apresentados até aqui. Os aumentos gigantescos na expectativa de vida e na estatura de homens e mulheres na Rússia demonstra claramente a excelente qualidade de vida do povo soviético e, neste caso específico, a questão alimentar.


Imagem 08

Imagem 09

O exposto destes dados quantitativos também nos apontam que o colapso da União Soviética foi uma enorme tragédia humanitária, colocando a Rússia de joelhos perante as potências imperialistas enquanto via derreter seu enorme Estado de bem estar social.


*Léo Camargo é operário, 38 anos, pai e preocupado com a questão nacional


Referências Bibliográficas

White Book Of Russia - Building, Restructuring And Reform: 1950-2013, AI Grazhdankin, SG Kara-Murza. Moscow, Scientific Expert, 2015


Reassessing the Standard of Living in the Soviet Union: An Analysis Using Archival and Anthropometric Data, Elizabeth Brainerd, Discussion Paper No. 1958, January 2006



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