Sobre subcelebridades virtuais da “lacração”

Um esclarecimento importante: eu posso ter críticas pontuais mas não tenho absolutamente indisposição nenhuma com pautas não econômicas (as “opressões” como são definidas atualmente). São lutas necessárias para a igualdade social que tenho como objetivo. Na área onde atuo em defesa do Sistema Único de Saúde, na luta antimanicomial e antiproibicionista tais movimentos já se mostraram valorosos.

Meu canhão está direcionado para outro alvo: esse fenômeno bizarro e intrinsecamente pós-moderno da subcelebridade virtual da “lacração”. Esses pessoas não são militantes nem intelectuais. São uma quimera de celebridade televisiva com ativismo porco. Não estudam e não militam de verdade em lugar nenhum. Mas conseguem fazer um mal imenso a quem o faz de verdade. O objetivo é “fazer a vida”: aparecer na TV, descolar uma coluna ou um prefácio de editora de esquerda que não prima pela coerência. Se para isso tiver que “tocar o rebu” na esquerda a paralisando com alguma polêmica imbecil que seja feito…

Reparem duas coisas: o alvo é sempre a esquerda. Sempre! Aliás quando citam a direita e para relativizar alguma barbaridade indefensável.

As postagens são ego trips intermináveis como se a ascensão do sujeito X a uma posição de destaque social já fosse por si só um ponto na luta antirracista ou feminista. Seriam apenas um fenômeno antropológico e midiático se não estivessem fazendo um mal imenso em um momento particularmente trágico do país.

Alexandre Vasilenskas