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Cobrança do ensino nas universidades públicas é dogma antigo do Consenso de Washington



Tenho visto aqui neste espaço uma justa indignação contra as mensagens principais do documento do Banco Mundial, “Um Ajuste Justo: Análise da eficiência e da equidade do gasto público no Brasil” que defende entre outras proposições a cobrança do ensino nas universidades públicas e a eliminação do salário mínimo como referência e piso para as pensões, claro tudo em nome da justiça.


Que o Banco Mundial não tenha mudado de doutrina não deveria surpreender a ninguém. Afinal, ele reflete o que uma vez, mais exatamente em 1989, John Williamson, do Institute for International Economics denominou de Consenso de Washington, mas a rigor, a visão predominante dos economistas nos EUA e nos principais departamentos de economia do mundo.


A manutenção da velha doutrina pelo Banco mesmo após o fracasso retumbante das políticas que decorrem da ‘Doutrina do Orçamento Equilibrado’ e do ‘foco na pobreza’ tal como ocorreu na América Latina e depois África e posteriormente na periferia europeia não deveria também surpreender.


A resiliência do diagnóstico entre seus defensores mesmo após alguns renomados economistas próximos ao mainstream (mas um pouco mais realistas) terem apontado flagrantes inconsistências também não deve surpreender.


O que sim me surpreende (um pouco) é estarmos prestando atenção neste documento. Quando o Consenso de Washington definiu a doutrina em 1989, o Banco Mundial e o FMI davam as cartas, mas hoje? Ao que eu saiba nos últimos anos na América Latina, os bancos públicos chineses (EXIM Bank e CDB) colocaram muito mais recursos financeiros do que o BIRD e o BID juntos.


Não há, portanto, o poder do dinheiro por detrás desta doutrina, mas e o poder das ideias? Ele existe para os nossos economistas liberais e neoclássicos que se apoiam no diagnóstico do BIRD para reforçar suas propostas. Entretanto, desconfio, com essa doutrina não se ganha eleição.


Carlos Medeiros

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