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Como Mao Tsé-Tung conseguiu matar 78 milhões de pessoas?

Autoria de Godfree Roberts, Doutor em Educação e Geopolítica pela Universidade de Massachusetts (texto original). Tradução de: Leilão do Genocídio Comunista e João Pedro Fragoso.



Além do derramamento de sangue que vem com invasões e revoluções, é duvidoso que Mao tenha matado alguém.


Os militares do Japão cometeram crimes de guerra de imensa escala e selvageria horrível durante os seus 12 anos de ocupação, e a amargura popular entre os colaboradores era ilimitada, mas Mao proibia [1] retaliações:


Nossa política em relação aos prisioneiros capturados das tropas Japonesas, marionetes, ou anticomunistas, é para libertar todos, exceto aqueles que receberam o ódio amargurado das massas e devem receber a punição devida e cuja a pena de morte foi aprovada pelas autoridades superiores. =


Entre os prisioneiros, aqueles que foram coagidos a participarem das forças reacionárias, mas estão mais ou menos inclinados a revolução devem ser conquistados em grande número para trabalharem no nosso exército.


O resto deve ser libertado e, se lutarem contra nós e forem capturados novamente, devem novamente serem libertos. Nós não devemos insultá-los, tirar suas características pessoais ou exigir impostos deles, mas devemos, sem exceção, tratá-los sinceramente e gentilmente.


Esta deve ser nossa política, por mais reacionários que possam ser”.


Ele odiava matar pessoas e, quando colegas furiosos clamavam por vingança, ele perguntava [2],


Qual o malefício existe em não executar pessoas? Aqueles sujeitos a reforma pelo trabalho devem ir e fazer a reforma pelo trabalho para que o lixo possa ser transformado em algo útil. Além disso, a cabeça das pessoas não são iguais Alho-poró. Quando você as corta, não crescem novamente. Se você corta de maneira errônea, não há maneiras de corrigir o erro mesmo que você queira”.


William Sewell, um missionário Cristão na China na época, escreveu [3],


“Nós sabemos pelos documentos que, algumas partes da China aonde a Reforma Agrária já aconteceu, aconteceram cenas furiosas e os latifundiários foram agredidos até a morte pelas pessoas ou se mataram com medo. O Governo percebeu que eles haviam subestimado as paixões do povo quando elas despertaram; mas agora os quadros eram mais sábios e estavam presentes para que as coisas não saíssem de controle. Após o povo falar, os latifundiários foram entregues a polícia para julgamento ou ficaram livres, de acordo com a circunstância. Apenas aqueles que fora provada a morte de um locatário ou mesmo um estupro, ou por múltiplas mortes, eram legalmente responsáveis pela pena de morte”.


Aqui há alguns pontos para se considerar quando você ouve alguém acusando Mao de causar assassinatos em massa: Durante seus 40 anos de governo, Mao duplicou a população da China, a expectativa de vida e o consumo calórico e quadruplicou o PIB e a alfabetização. Aqui tem uma foto da taxa de mortes na China comparado a similares países em desenvolvimento, (Dados das Nações Unidas)[4]:




A violência durante a guerra civil foi inteiramente a responsabilidade de facções opositórias a Mao. (Central Committee of the Chinese Communist Party, 8/8/66 in People’s China: Social Experimentation, Politics, Entry onto the World Scene 1966 through 1972. NY: Vintage Books, 1974. p. 277.)


O embaixador dos EUA na China 1946-1949, Jonh Leighton Stuart, disse [5] que 3-7 milhões de pessoas morriam de fome na China todo ano durante seu mandato. Em 1946 mais de 10 milhões de pessoas morreram de fome nas três províncias que ele conhecia. A fome era endêmica, mas ninguém a mencionava até que “Os Comunistas” ganharam a guerra.


22 milhões de Chineses morreram de inanição durante a 2º Guerra Mundial graças ao imperialismo Japonês e ao assassino governo de apoio americano. (Associated Press; Ann Arbor News, 10/1/89, b9). Ninguém reclama sobre isso.


Mao assumiu a responsabilidade por 800.00 mortes:


“Aqueles que nós executamos? Que tipo de pessoas? Elementos aos quais as massas continham grande ódio e aqueles que o débito de sangue estava alto”. (Chairman Mao Talks to the People, NY: Pantheon, 1974, p. 77).


Essas eram execuções popularmente sancionadas após o julgamento popular contra os mais odiados latifundiários Japoneses traidores que haviam aterrorizado os camponeses durante a 2º Guerra Mundial e seu desfecho. 800 mil são muitas pessoas, mas isso veio após 100 anos de invasões, guerras civis e ocupações. Mao também solicitou por menos execuções no futuro. (Ibid., 78).


Você pode descobrir o motivo de Mao para matar pessoas que ele arriscou sua vida inteira para salvar?


A maioria da população da China era pobre e analfabeta antes, com pouco acesso aos recursos básicos, educação ou cuidados médicos. Em 1965 Mao disse,


“A educação medicinal deve ser reformada. Não há necessidade de ler tantos livros… Seria suficiente dar 3 anos aos graduantes de ensino médio. Eles iriam então estudar e levantar seus estudos principalmente através da prática. Se este tipo de Doutor é enviado para a área rural, mesmo que ele não tenha muito talento, seria melhor que os curandeiros e os doutores bruxos e os vilarejos teriam melhores condições de mantê-los… o modo que doutores são treinados apenas beneficia a cidade. E ainda na China, 500 milhões da nossa população são de camponeses.” (Directive on Public Health, June 26, 1965)


Os dados do censo não condizem mortes em massa a não ser que você utilize 1953 como o ano base, em uma amostragem aleatória (não é um censo por causa de financiamento) demonstra que a população da China aumentou de 450 para 600 milhões em seis anos.


O pesquisador Chinês, Ping-ti Ho, Professor de História na Universidade de Chicago, em Studies on the Population of China, 1368-1953 (Harvard East Asian Studies No.4, 1959) mencionou diversas falhas no censo de 1953: não é um censo na definição de termos técnicos ; a separação da amostragem das províncias mostra um aumento populacional de 30% entre 1947-1953, o período de de grande lutas revolucionárias.


A alegação de que 17-30 milhões de pessoas desapareceram entre 1960-61 é provavelmente inútil se não há certeza sobre a existência de 600 milhões de Chineses. As pessoas ‘desaparecidas’ não morreram de fome; elas nunca existiram.


Em 1963, a imprensa Chinesa colocou a fome de 1961-62 como a mais severa desde 1879. Em 1961, a China importou 6,2 milhões de toneladas de grãos do Canadá e Austrália. Em 1962, a importação diminuiu para 5,32 milhões de toneladas. Entre 1961 e 1965, a China importou um total de 30 milhões de toneladas de grãos ao custo de de US$2 bilhões (Robert Price, International Trade of Communist China Vol II, pp 600-601).


O governo Chinês tentou importar mais, porém a pressão dos EUA no Canadá e na Austrália (onde eu morava e onde a indignação pela política dos EUA era enorme) para limitar as vendas para China e a interferência dos EUA com as navegações impediu a China de importar mais.


Austrália, com um enorme lucro, estava querendo prover crédito ilimitado para a China na compra de grãos, mas os EUA prevaleceram e milhões passaram fome (mas não morreram) na China.


Nos Estados Unidos, um país desenvolvido aonde as condições não chegam perto as dificuldades que se enfrentavam na China entre 1949-1976, temos 20.000 assassinatos e 75.000 mortes de Negros anualmente por causa da opressão sistêmica, e uma morte relacionada ao trabalho a cada 5 minutos, e uma morte infantil a cada 50 minutos por causa de falta de dinheiro ou comida (Historical Triumph: Capitalism or Socialism? [6]). Ainda assim nós quase nunca ouvimos falar que as vítimas de tal violência capitalista foram “mortas” pelos presidentes Reagan, Bush, Clinton etc. assim como nós ouvimos com tanta veemência as mortes por fome sobre Mao.


Aplicando os mesmos métodos aos EUA em 1986 como as escolas ou mídias Ocidentais usaram para analisar a fome na China, 75.980 Negros morreram por tratamentos médicos inadequados. Se os EUA tivessem a mesma quantidade de Negros assim como há de Chineses (na China) isso resultaria em 2,5 milhões de mortes em 1986 e para cada ano após esse, isso resultaria um total de quase 70 milhões de mortes por negligência. Esse realmente pode ser o caso? (Statistical Abstract of the United States 1989, p. 74).


Recentemente uma companhia farmacêutica matou 500.000 [7] pessoas com um remédio cuja toxidade já era conhecida, mas recusada a se anunciar. Nossa mídia vem sendo totalmente negligente sobre o que é, no fim de tudo, uma atrocidade.

78 milhões de pessoas seriam 15% de toda população da China ainda assim nem a CIA ou ninguém mais percebeu? Aqui estão os relatórios da CIA sobre a fome [8]:


• SITUAÇÃO ECONÔMICA NA CHINA COMUNISTA. Estimativa da Inteligência Nacional. Diretor da Inteligência Central. 4 de abril de 1961. CONCLUSÕES. O regime comunista chinês enfrenta agora as mais sérias dificuldades econômicas que enfrentou desde que consolidou seu poder sobre a China continental. Como resultado de uma má gestão econômica e, especialmente, de dois anos de clima desfavorável, a produção de alimentos em 1960 era pouco ou maior do que em 1957 – quando havia cerca de 50 milhões de chineses a menos para se alimentar. A fome não parece ser generalizada, mas em algumas províncias, muitas pessoas estão agora em uma dieta de subsistência e o sofrimento mais amargo está imediatamente após o período anterior às colheitas de junho. Os deslocamentos causados pelo “Salto Adiante” e a remoção de técnicos soviéticos interromperam o programa de industrialização da China. Essas dificuldades reduziram consideravelmente a taxa de crescimento econômico em 1960 e criaram um sério problema de balança de pagamentos. A moral pública, especialmente nas áreas rurais, está quase certamente em seu ponto mais baixo desde que os comunistas assumiram o poder, e houve alguns casos de dissidência aberta. (Paras. 7-25).


• PERSPECTIVAS PARA A CHINA COMUNISTA : Estimativa da Inteligência Nacional. Diretor da Inteligência Central. 2 de maio de 1962. CONCLUSÕES: O futuro curso dos acontecimentos na China comunista será moldado em grande parte por três variáveis altamente imprevisíveis: a sabedoria e o realismo da liderança, o nível da produção agrícola e da natureza, e a extensão das relações econômicas estrangeiras. Nos últimos anos, as três variáveis funcionaram contra a China. Em 1958, a liderança adotou uma série de programas econômicos e sociais mal concebidos e extremistas; em 1959 ocorreu o primeiro de três anos de clima desfavorável a colheita; e em 1960 a cooperação econômica e técnica soviética foi em grande parte suspensa. A combinação desses três fatores trouxe o caos econômico para o país. A desnutrição é generalizada, o comércio externo caiu e a produção industrial e o desenvolvimento caíram acentuadamente. Nenhuma recuperação rápida dos problemas econômicos do regime está prevista. (Paras. 5-14).



Mao ordenou explicitamente que a Revolução Cultural não fosse violenta. As diretrizes do Comitê Central do Partido declararam:


“Os debates devem ser conduzidos por raciocínio, não por coerção ou força. No que diz respeito aos cientistas, técnicos e membros da equipe de trabalho comuns, enquanto são patriotas, trabalham energicamente, não são contra o Partido e o socialismo e não mantenha relações ilícitas com nenhum país estrangeiro, devemos continuar a aplicar a política de unidade-crítica-unidade”. (Talks to the People, p 281)


Os inimigos de Mao na China culparam diretamente Mao e seus seguidores, o chamado Bando dos Quatro, por um total de 34.000 execuções ou mortes por repressão durante os dez anos da Revolução Cultural. Se isso for exato, os 34.000 foram executados? A Revolução ainda teve muitos inimigos dentro da China e muito mais fora da China trabalhando para derrubar o Partido. Devemos culpar Mao por alguma dessas mortes?


Mao nunca afirmou que o Grande Salto Adiante tinha sido sem erros e escreveu autocríticas sobre algumas políticas do Grande Salto. Ao contrário dos soviéticos, os chineses admitiram quando seus objetivos foram muito altos ou não razoáveis. Mao estava relutante em admitir seus erros, mas ele os admitiu. Quantos líderes nacionais já estiveram dispostos a fazer isso? Você já ouviu falar de um?


Muitos dos próprios inimigos de Mao que foram expurgados (expulsos) do partido sobreviveram. Deng Xiaoping, d. 1997, sobreviveu sendo expurgado como o revisionista número dois e foi enviado ao campo de reeducação, assim como o pai do presidente Xi. Ambos voltaram e continuaram servindo seu país (Nota Jornal A Pátria: cabe lembrar que nem Deng nem a família de Xi, por conta disso denunciaram Mao como “assassino em massa”, mesmo sendo preso ou tendo um famíliar preso, justo eles que supostamente teriam mais motivos para fazê-los). Os chineses sempre foram incrivelmente francos sobre esses tempos difíceis.


Os chineses que relataram atrocidades foram quase todos emigrantes cujo status foi prejudicado pela Revolução e que encontraram uma recepção calorosa no ocidente quando os relataram. Isso é comum com todas as elites emigradas, como vimos com os emigrados iraquianos antes da Guerra do Iraque.


O único relato em primeira pessoa de alguém que viveu toda a Revolução Cultural (e agora é professora de história nos EUA) dá um relato muito diferente da Revolução Cultural, sobre o nascimento da democracia em sua aldeia pela primeira vez em 5.000 anos: The Unknown Cultural Revolution: Life and Change in a Chinese Village: Dongping Han.


A coletivização na União Soviética foi brutal e matou muitas pessoas. Nossa mídia se baseou no fato de que ambos os governos eram comunistas e concluiu que ambos os governos implementaram a coletivização brutalmente. Mas eles não o fizeram. Os chineses, em seu estilo usual, dependiam da persuasão, da lógica, dos chamados ao patriotismo e à assistência mútua e não à força ou ao terror (métodos favoritos dos russos) e, por coincidência, parecem ter tido muito mais sucesso. (“Leadership and Mass Mobilization in the Soviet and Chinese Collectivization Campaigns of 1929-30 and 1955-56: A Comparison. Bernstein. pp. 1-47).


Amartya Sen – que ganhou o Prêmio Nobel pelo estudo da fome – observou que a Índia e a China tinham “semelhanças bastante marcantes, incluindo taxas de mortalidade”, há 50 anos, quando o planejamento do desenvolvimento tinha começado. “Mas não há dúvidas de que, no que diz respeito à morbidade, mortalidade e longevidade, a China tem uma liderança grande e decisiva sobre a Índia” (também na educação e outros indicadores sociais). Ele estima que o excesso de mortalidade na Índia sobre a China seja próximo de 4 milhões por ano: “A Índia parece conseguir preencher seu armário com mais esqueletos a cada oito anos do que a China colocou lá em seus anos de vergonha, 1958-1961” (‘An Uncertain Glory: India and its Contradictions’ Dreze and Sen. 2013).


Em outras palavras, a Índia matou 100 milhões de pessoas a mais do que a China desde o início do planejamento do desenvolvimento. Ninguém pronunciou uma palavra de crítica.


Há outro motivo para desconfiar das afirmações de que Mao matou milhões, e é porque, ao longo de sua vida e até hoje, ele manteve a confiança das pessoas que ele arriscou em toda a vida para salvar.


Lembre-se das respostas de Confúcio quando Tzu-Kung perguntou sobre o governo?


Alimentos suficientes, armamento suficiente e suficiente confiança do povo”, Tzu kung disse, “Forçado a desistir de um desses, qual você abandonaria primeiro?“.

Confúcio disse, “Eu abandonaria o armamento“.


Tzu kung disse, “Forçado a desistir de um dos dois restantes, que você abandonaria primeiro?


Confúcio disse, “Eu abandonaria a comida. Tem havido mortes desde tempos imemoriais, mas nenhum Estado pode existir sem a confiança do povo.

Analects (12:7)


Mao manteve a confiança das pessoas até o fim.


Hoje, quarenta anos após sua morte, sete milhões de chineses, que viveram sob o governo de Mao, visitam seu local de nascimento todos os anos.


Nenhum líder nacional na história já demonstrou esse respeito.


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