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"Entre Rios": A história da urbanização de São Paulo contada pelos rios

Atualizado: 12 de fev. de 2020

Na situação caótica em que a cidade de São Paulo amanheceu nessa segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020, com alagamentos, enchentes, desabamentos, vias bloqueadas, transporte público inoperante, muita gente, na frustração e na amargura por terem compromissos interrompidos, bens destruídos e familiares perdidos, se questionam o porquê disso acontecer e tentam apontar culpados.


Mas, afinal, como é possível que uma das maiores metrópoles do planeta se encontre nessa situação quando chove mais forte?

Para pensar nessa questão, trouxemos a indicação de um mini-documentário chamado "Entre Rios", dirigido por Caio Silva Ferraz e lançado em 2009, que conta a história da urbanização da metrópole paulistana a partir das violentas modificações dos cursos naturais dos rios que por aqui passavam até o século XIX.


Às vezes, temos a impressão de que a urbanização é um desenvolvimento quase natural da sociedade. O mini-documentário demonstra que esse processo de natural não tem nada, pelo contrário, é fruto do planejamento estatal aliado ao empresariado, para extrair riqueza do meio urbano e fazer de São Paulo uma autêntica cidade de propriedades privadas e automóveis.


"A urbanização de São Paulo foi uma coisa tão violenta que ocupou o lugar do rio. Então enchente é coisa que nós inventamos, é produto da urbanização". A reflexão é da geógrafa Odete Seabra e está presente no mini-documentário. Reificações, canalizações, aterragens são algumas das obras que o capital industrial e imobiliário da cidade promoveu, como no caso do Rio Tamanduateí, para que fossem "criadas" novas terras e lotes para arrendamento. O mini-documentário demonstra como, com o passar dos anos, os rios foram vistos como obstáculos para os projetos de expansão da cidade e na década de 1920 a região recebeu aterro e foram criados os parques Anhangabaú e Dom Pedro II.


Do mesmo modo, ainda falamos das enchentes típicas do verão como se fossem consequência do excesso de chuva – noção que o filme também aponta como produto das escolhas e obras feitas no século passado, "erros voluntários" que se repetem continuamente até hoje. Os impactos do modelo de desenvolvimento urbano são sentidos diariamente, seja no frequente congestionamento de veículos que trafegam pela cidade, seja nos alagamentos que tomam conta das ruas em dias de chuva, restando como desafio pensar soluções para o futuro da capital paulista.


Os 25 minutos de história sobre São Paulo são abarcados por depoimentos de arquitetos, geógrafos, historiadores e engenheiros e se tornam valiosos como ilustração de como uma metrópole desigual, poluída, interditada de carros, com problemas seríssimos de enchente, foi construída para o propósito do lucro, independentemente dos impactos trazidos à natureza e à qualidade de vida da maioria de sua população.


Para assistir o mini-documentário, é só clicar no player abaixo ou abri-lo diretamente do canal da Editora Contexto, onde está hospedado. Boa sessão ao leitor!


Por Lucas Carvalho

Yorumlar


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