Entreguismo inviabiliza aviação comercial do Brasil
- Camarada C.
- 19 de dez. de 2018
- 2 min de leitura

O setor de aviação comercial de caráter regional se tornou estratégico nos últimos anos.
O que fizeram, então, Rússia, Japão e China? Cada um deles está construindo do zero um modelo de avião para competir nesse setor estratégico. Ou seja, diante do aumento da importância, esses países entram no negócio.
O que faz o Brasil, que possui a líder mundial no setor de aviação comercial regional? Vende a empresa. Ou seja, diante do aumento da importância, o Brasil se retira da disputa.
E aí ainda somos obrigados a ouvir gente dizendo que o Brasil não teria como competir. Mas baseado em que? Há algum estudo que diga que a Embraer não teria como concorrer com os novos entrantes e a Airbus (que acabou de comprar a problemática linha de jatos regionais da Bombardier)? Não há!
(Vale dizer que a Embraer, desde FHC, é gerida por fundos de investimento. Por gente que quer realizar lucro e não é do setor. Então, é normal que não tenham uma visão estratégica do setor e que queiram se retirar diante de um cenário mais difícil.)
Por isso que eu insisto que não têm projeto de país possível se não assumimos que nossa burguesia está resolvida como subalterna e não pretende mudar.
E essa ideologia de subalternidade contamina profundamente nossa classe média, cujo sonho é comprar enxoval em Miami.
Por isso vivemos uma acelerada desindustrialização desde Collor sem que isso tenha causado nenhuma grande ruptura na burguesia nacional. E por isso Ciro Gomes foi sempre um candidato em busca de uma elite nacional que simplesmente não há.
Qualquer debate sobre o futuro do Brasil terá que partir da constatação subalterna de nossa burguesia ou simplesmente não será algo real.
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