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Killmonger, T’challa e a contrapropaganda política no filme Pantera Negra

Atualizado: 26 de set. de 2022

(Bruno Torres, 22 de fevereiro de 2018).

Pode passar um pouco desapercebido, mas os Panteras Negras reais (e demais organizações militantes afro-americanas) estão entre as influências de Killmonger, o vilão do filme, uma vez que cresceu nas comunidades negras e seu pai articulava-se com tais organizações.


Sim, você leu bem: do vilão, não do herói.


E o filme deixa implícito que não só os Panteras Negras influenciaram Killmonger, mas líderes revolucionários em geral.


Em X-men, o personagem Magneto, pode ser entendido como uma paródia de Malcolm X, e o professor Xavier como uma paródia de Luther King. O radical e o pacifista que disputam as concepções de luta de um grupo perseguido: luta radical ou integração pacífica?


Tal como buscam ‘demonizar’ essa concepção na figura do Magneto, lhe pintando como um radical “extremista”, Killmonger, o vilão de Pantera Negra, sofre do mesmo mal.


Ele é o verdadeiro herói de toda história, aquele que personifica o verdadeiro espírito dos Black Panthers de Huey Newton, do RAM de Robert Williams, da violência revolucionária de Fanon, das revoluções africanas de Amílcar Cabral, Lumumba e Thomas Sankara.


Mas, como esperado, e como fazem com Magneto, lhe reduzem a um extremista, um “colonizador às avessas” que quer “oprimir os países desenvolvidos”, alguém com “ódio de brancos”, quase que movido por um “racismo inverso”.


Killmonger é o verdadeiro ícone da obra.


Ao contrário do que alguns setores “afrontosos” do movimento negro transparecem passar, a única representatividade de T’challa (o “herói”) é pura e simplesmente aparente: o fato dele ser um “herói negro” e tão somente isso (nada mais!). Todavia, T’challa incorpora tudo que é mais corrosivo à consciência negra e à consciência dos povos do Terceiro Mundo. Sua única evolução como personagem é a de um reacionário isolacionista que cagava para os povos de África, para um “internacionalista” criador de ONGs.


Killmonger é quem, na verdade, incorpora o verdadeiro espírito de radicalidade negra. O espírito que influenciou os movimentos negros mais exitosos do século XX. É ele (sim, o “vilão”!) que devia ser “símbolo de representatividade” nas fileiras do movimento negro. Não um monarca que tem como únicas “ações internacionalistas” a criação de ONGs e a integração à ONU.


Este, realmente, é o tipo de filme que você assiste torcendo para o vilão.


No final, Killmonger é muito mais Pantera Negra que o próprio “Pantera Negra”.


Por “mais Killmonger” e “menos T’challa”.


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