Mangá japonês tem publicação suspensa na China por alusões a atrocidades e crimes de Guerra do Japão
- Jornal A Pátria
- 6 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
O Mangá "Boku no Hero Academia" não será mais publicado na China devido a "deslizes" cometidos pelo autor do mangá. O nome de um dos personagens faz alusões direta a uma das atrocidades cometidas pelo colonialismo japonês que vitimaram milhares de chineses e coreanos na época da II Guerra Mundial, quando o Japão era associado com o III Reich alemão e o fascismo italiano.

De acordo com a ComicBook, o mangá foi removido de streamings de mangás e sites diversos na China, isto tudo após a revelação do nome de um dos personagens ser nada mais do que uma associação direta aos crimes de guerra realizado pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
O site Bilbili alegou que obra fora suspensa da China, basicamente, "atendendo as normas e políticas chinesas".
Até o momento não há confirmações sobre a probição ser permanente. Há pouco tempo, o criador do mangá pediu desculpas pelo incidente, alegando que o nome do personagem será alterado em breve.
O personagem em questão se chama "Maruta Shiga" que remete ao codinome usado pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial para vítimas de experimentos biológicos, e de outros tipos, feitos em humanos.
Estas políticas nefastas promovidas pelo Japão não se diferenciam muito de muitas das atrocidades que a historiografia hegemônica costuma atribuir apenas aos atos de nazistas cometidos contra judeus. Em verdade, tais experimentos vitimiaram milhares de chineses e coreanos em meio aos intentos expansionistas do projeto colonial japonês, talvez tão nefasto quanto as atrocidades cometidas pela Alemanha.
O criador alega que "nunca teve segundas intenções" na nomeação do personagem. Embora seja pouco crível que ele não conhecia tal tema sensível, e embora também seja pouco crível que ele não saiba o quanto isso ofende as nacionalidades chinesa e coreana, o mesmo alegou que outro nome será revelado em breve, e que este não fará alusões semelhantes ao passado nefasto do Japão.
Isto, todavia, não significa que a obra necessariamente volte a circular na China, já que não houve ainda nenhuma novidade quanto ao retorno da circulação do mangá no país.
Lamentável o deslize do autor