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O fascismo sensato do vice-presidente (por Fred Gonçalves)

  • Foto do escritor: Fred Paganin Gonçalves
    Fred Paganin Gonçalves
  • 1 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura


Dia 21 de janeiro de 2019, o Brasil amanheceu, pela primeira vez em décadas, com um general na presidência. O vice-presidente General Hamilton Mourão (PRTB) fez o seu papel enquanto Jair Bolsonaro (PSL) embarcava em seu passeio ridículo para Davos, na Suíça, em um festival de presepadas expostas internacionalmente no Fórum Econômico Mundial. A junta militar – erroneamente etiquetada por muitos como fascista, um erro categórico mortal para qualquer democrata - eleita ano passado se demonstrou heterogênea diversas vezes, com declarações incoerentes, sem coesão alguma no gabinete presidencial, mas, especificamente durante a viagem de Bolsonaro, expôs-se o que seria, supostamente, a maior discordância dentro do governo: a racionalidade do vice contra o despreparo do presidente.


O General Mourão se encontrou com autoridades palestinas e garantiu que a embaixada brasileira em Israel não seria transferida para Jerusalém, respeitando a autodeterminação e soberania desse povo por tanto tempo perseguido e passando por cima de diversas afirmações feitas por Bolsonaro, sendo este muito afeito do expansionismo israelense. A partir daí, formou-se toda uma imagem de que Mourão seria um clarão de racionalidade nesse poço de histeria que é o governo Bolsonaro, tecendo-se elogios ao General e admirando sua suposta “sensatez”.


As afirmações confusas seguiram durante toda a semana, passando pelo repúdio às ameaças sofridas pelo deputado Jean Wyllys (PSOL), às quais o presidente reagiu com uma série de emojis em seu Twitter, pela questão venezuelana, na qual Mourão toma uma posição muito mais republicana que Bolsonaro, defendendo a derrubada de Maduro por meio de eleições livres (enquanto Jair e sua dinastia são mais dispostos a intervenções violentas contra o governo bolivariano) e até pela morte de Vavá, irmão do presidente Lula. Tendo este sido impedido de comparecer ao funeral do irmão, direito garantido pela constituição, Mourão defendeu o cumprimento da lei em sua normalidade – o que, como sabemos, não aconteceu, tendo sido exposta ainda mais a paixão militarista do Ministro Dias Toffoli.


O auge do alvoroço relativo à bizarra figura de Mourão ocorreu hoje (1º de fevereiro), quando as manchetes foram estampadas com a posição tomada por este em entrevista ao jornal O GLOBO em relação ao aborto, tomando a questão de forma muito mais liberal que Bolsonaro, defendendo a liberdade da mulher na decisão. Ao mesmo tempo, disse que ele e Jair não são opostos, mas que se complementam: este sabe fazer política, pois está há 30 anos nessa função, enquanto aquele sabe liderar, pois teve experiência no exército.


Nesse momento, os setores progressistas não podem se deixar enganar. Mourão está correto sobre isso: ele tem experiência militar e entende o que é distração, entende o que é tática. Bolsonaro entende o que é truculência e gritaria, e os dois se complementam nisso. Tomar Mourão como um “ícone sensato” ou algo como um lampejo de racionalidade nesse gabinete anarquizado é um erro perigosíssimo. Mourão é um homem culto, de formação liberal séria (diferentemente do liberalismo tosco de Guedes), mas se presta ao papel de populista tal como Bolsonaro. Só estão apelando para torcidas diferentes. Os 4 anos de desinformação por vir devem ser enfrentados com a maior racionalidade tática possível, e o General sabe disso.


“Es perfecto el dominio del poder. Un dominio del poder que ya no se basa en la fuerza, en la coacción, en la utilización de la guardia civil o del ejercito: se basa en un dominio mucho más terrible, más duro: el dominio de la mente.” Julio Anguita, 1999


Por Fred Gonçalves

 
 
 

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