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O problema do Pan-Africanismo

Atualizado: 23 de ago. de 2019



O problema do Pan Africanismo Garveista consiste em ser uma abordagem da história que é duplamente problemática. Primeiro, por acreditar que há uma teoria histórica ou conjunto de teorias que explica as experiências de pessoas de ascendência africana, e outra que explica as experiências de descendentes de europeus e etc. Há uma rejeição do realismo histórico por optar por uma versão relativista da história. Assim, nega a realidade objetiva e a substitui por uma intersubjetividade, na qual cada grupo impõe suas categorias de compreensão e valor. A verdade objetiva não pode existir em um “pluriverso”, em que todo grupo regional-cultural exprime sua visão de mundo. É necessário entender, que a teoria tem uma função importante na historiografia, que é basicamente sua virtude e sua capacidade explicativa geral, e não apenas de seu objeto imediato de análise. Por trás da sombra do pluralismo cultural esconde-se um relativismo cultural autodestrutivo muito perigoso


A pesquisa histórica não deve ficar limitada a descrição do particular. Temos que ir além do idealismo romântico colocado pelas teorias afrocentradas . Não é verdade que todos os povos africanos eram descendentes de reis, rainhas e grandes sacerdotes da África. Embora existisse esse modelo organizacional na Antiga África, o mais próximo da verdade é dizer que a vasta maioria dos povos africanos eram compostos por descendentes de camponeses africanos. Pouca ou nenhuma menção é feita na escrita afrocentrada do papel do antigo campesinato africano e dos trabalhadores que realmente construíram os antigos monumentos de Kemet, Etiópia e do Grande Zimbábue. Mantém-se a ilusão de que esses esforços humanos foram todos realizados em relações totalmente harmoniosas, com cada pessoa, seja rei ou operário, homem ou mulher, misticamente feliz por permanecer em seu lugar designado pelo universo.


A expressão popular de que nós negros, somos descendentes de reis e rainhas é, na melhor das hipóteses, uma distorção da história e, na pior das hipóteses, uma concepção elitista reacionária do valor da humanidade. Devemos desenhar nossa iconografia cultural a partir das experiências e das perspectivas de classe. Reis e rainhas são/eram exploradores do trabalho alheio , sejam eles africanos ou europeus.


A história não pode ser transformada em uma sopa de entulho homogeneizada, sem quebras acentuadas, transições e transformações claras. A concepção centrada na África não nos oferece nenhuma base para entender as variações regionais dentro da África – na economia política, na formação de classes, nas relações de gênero ou em outros aspectos da vida.


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