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Publicações e Posts

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É racional o Brasil desistir da produção de mercadorias sofisticadas a favor do extrativismo?



Muitos da vertente positivista da economia (erroneamente chamados de "ortodoxos") dizem que o quadro que será retratado aqui não representa um problema. Dizem que esse problema é, na verdade, a nossa vocação, logo, é totalmente justificável que ele seja uma prioridade. Não ouse querer mudar isso, pois isso significaria ineficiência e desperdício de esforços, tempo e energia. Pelo contrário, dizem, aumentar isso é nossa vantagem competitiva, o que incrementaria nosso “bem-estar”. Como ter "expectativas racionais" com tal dogmática?


A Novartis é uma gigante corporativa suíça da área da doença (já que a saúde não é lucrativa), que possui várias subsidiárias também gigantes, como a Alcon, Hexal, Chiron, Ziarco, Zandox, etc. É a décima terceira empresa do mundo em valor de mercado, que possui 6 bilhões de dólares anuais em caixa só para novas aquisições.


Dentre os seus produtos, encontra-se o Venoruton, para tratamento de problemas com vasos sanguíneos, o Trimedal, analgésico e descongestionante, bem como outros a base do princípio ativo "Rutosídeo".


Uma caixa de 500 mg de comprimidos de Venoruton está em torno de R$40,00.


Este princípio ativo, na forma da Rutina, é extraído de algumas plantas, como a Castanha da Índia, mas especialmente de uma planta do Cerrado, conhecida como Fava D'anta. Ela produz outro princípio ativo importantíssimo, a Quercetina, também com importância antiviral, cardiovascular e antialérgica, além de ajudar contra a catarata em diabéticos.


Os extrativistas obtêm cerca de menos de R$0,50 pelo quilo do fruto. Quando em organizações, podendo fazer a secagem e organizar escala antes de vender à indústria, conseguem por pouco mais de R$1,00 ou, no pico, R$1,50.


De dez quilos de Fava D'anta produz-se um quilo de Rutina.


Será que o modo de exploração dominante no Cerrado é racional? A maioria das pessoas e os administradores públicos veem isso como racional? A visão econômica hegemônica e financiada vê isso como racional?


O pior é que esta última realmente acha que é racional. Ela crê que se o Brasil desistir da produção de mercadorias mais sofisticadas a favor do extrativismo com políticas públicas robustas, limitando-se assim a explorar matérias-primas em escala, deixa de desperdiçar recursos e aumenta sua "eficiência alocativa", o que traria desenvolvimento econômico e social. Desde que, para isto, claro, revogue-se direitos trabalhistas, produza cortes sociais, faça tratados de livre-comércio e escancare o fluxo financeiro.

Outro ponto sinistro.


Eu tomo muito café.


O Brasil fica na disputa com o Vietnã quanto ao maior país exportador de café do mundo. E ainda com muito ufanismo. Detalhe, não é em termos de valor, mas quantidade. Costuma estar entre os quinze produtos com maior receita na nossa pauta de exportações, atualmente é o 12º.


Somente 10 % de nossas exportações de café passam por algum processamento. Não estou falando de processamento fino, café solúvel ou outros; seria exigir demais.


Mesmo assim, a Rússia, que não cultiva café, ultrapassou o Brasil nas exportações de café solúvel para a Alemanha e vem alcançando nas exportações para a Europa. Isto considerando que o país sofre várias restrições pelas questões geopolíticas, por exemplo, deixou de exportar para seu maior mercado, a Ucrânia.


40% do mercado mundial de café é controlado por sete multinacionais, a principal delas é a alemã Jacobs Kronung, seguida de uma estadunidense; há também suíça e italiana.


Este é o “Brasil que dá certo”.


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