Bolsistas da UFPE estão sem auxílio e desamparados (por Pedro Josephi)
- Bruno Lima
- 16 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
A situação econômica, política e social do País não é fácil. Na Educação não é diferente. Diversos especialistas afirmam que o ano foi perdido em razão da falta de planejamento, capacidade e apreço pela educação por parte de quem comanda o MEC. O Governo Bolsonaro, que tem pouco apreço pela ciência e pela autonomia universitária, tem imposto para as Universidades sucessivos cortes e contingenciamentos em seus orçamentos.

O cenário é de total abandono, desprezo e sucateamento das Instituições Públicas do País. Os reitores têm feito esforços hercúleos para garantir o funcionamento das Universidades e isso é reconhecido por toda comunidade acadêmica.
Dito isto, chamo atenção para um problema grave que vem ocorrendo no âmbito da UFPE: a assistência estudantil para bolsistas e estudantes carentes. A legislação federal impõe a alimentação dos discentes como uma das facetas desta assistência, pauta histórica do movimento estudantil brasileiro.
E, neste momento de grave crise, os mais necessitados sofrem ainda mais. Explico. Desde o dia 16 de março, as aulas presenciais estão suspensas em todos os campus da UFPE, todavia, o Restaurante Universitário, destinado aos estudantes isentos/bolsistas e aos que estão em residência estudantil, continuou a fornecer refeições até o dia 16 de abril, quando acabou o contrato com a empresa responsável pela prestação do serviço.
Com a suspensão do serviço do Restaurante Universitário, a UFPE informou que iria conceder o “Ressarcimento do RU”, auxílio Emergencial COVID-19, para garantir a alimentação dos estudantes em razão da diminuição dos seus custos e das restrições de deslocamento impostas pelo Governo Estadual. Infelizmente, a notícia que circula é de quem nem todos estudantes bolsistas/isentos estão sendo beneficiados pelo auxílio.
Centenas de estudantes carentes estão desamparados e sem respostas concretas por parte da Universidade. Procuraram, inclusive, o Ministério Público Federal com inúmeras denúncias. O momento é de muita dificuldade, mas a alimentação é condição básica para continuidade dos estudos e merece melhor atenção por parte da UFPE até porque “quem tem fome, não estuda”.
Pedro Josephi. Professor, advogado e Mestre em Direito.
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