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Central do Brasil, os Correios e a Identidade Nacional

Por Ygor Barros.

O filme central do Brasil, dirigido por Walter Salles em 1998, é um retrato histórico, político e cultural do nosso país, sobretudo da década de noventa do século XX, período que as desigualdades econômicas e sociais se acentuaram.


O filme é um “caldeirão” de nossas contradições sociais, refletindo uma sociedade mais urbana, com seus problemas sociais, como a violência, tráfico de crianças; a conexão entre o rural e o urbano, através de migrações; e, também, das cartas, enviadas por parentes e amigos, através dos correios, uma empresa pública que atende todos os municípios do país.


O longa metragem é protagonizado por Dora (Fernanda Montenegro) , professora aposentada que escrevia cartas para pessoas analfabetas na estação da central do Brasil, no Rio de Janeiro e por Josué (Vinicius de Oliveira), os dois se conhecem e estreitam seus laços, a partir da morte da mãe de Josué, que fica abandonado e é acolhido por Dora, que inicialmente tenta livrar-se do garoto, porém, em seguida, ela segue junto com ele para o povoado de Bom Jesus do Norte, em busca do pai de Josué.


As cenas do vilarejo nos remetem a um Brasil profundo, desigual e religioso, denotando a força em especial do catolicismo, ainda no final do século XX.


No pequeno distrito, de Bom Jesus do Norte, existia a agência dos correios, que ajudou Dora há fazer um “bico” na região e escrever cartas em parceria com Josué, demonstrando a importância dos correios para a conexão entre o Brasil urbano e rural no século passado.


Evidentemente, que temos no século XXI meios de comunicação instantâneos, que tornam as cartas obsoletas. Porém, vale destacar, que os correios são uma empresa que permeia outros ramos, como plano de internet, emissão e alteração de CPF, outros serviços de correspondência, inclusive em parceria com a iniciativa privada.


Existe mais de cinco mil municípios com agência dos correios, aliás, o distrito do cruzeiro do nordeste, localizado no município de Sertânia em Pernambuco, que ganhou o nome fictício de povoado do Bom Jesus do Norte no filme central do Brasil, até os tempos atuais a agência dos correios abarca tal distrito, localizado há mais de 300 km de recife... Ao privatizar os correios, será que existirão agências privadas com serviços de correspondência no cruzeiro do nordeste?


A historiografia tem vasto acervo sobre identidades e imaginário social, bem como a sociologia brasileira e a ciências sociais de forma geral. A identidade cultural e nacional é fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Os correios são uma empresa indispensável para nossa brasilidade.


É lamentável pensar que as próximas gerações que assistirem ao filme central do Brasil, não terão mais a oportunidade de ter orgulho de uma empresa nacional que chegue a todo o país. Querem destruir nossa economia, nos transformar em um protetorado, em um povo sem orgulho de nossas potencialidades. Um povo sem identidade e sem noção da sua própria força econômica, cultural, social e política.


É preciso resistir!


Por Ygor Barros



 
 
 

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