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Geopolítica existencialista de Dmitri Medvedev.


Imagem 01.


A compreensão cultural da Rússia como país cuja condição geográfica dar-se nos continentes europeus e asiáticos, passando por várias sub-regiões, como o Cáucaso, a Europa oriental, ocidental em São Petersburgo, o extremo oriente, põe vários objetivos a uma agenda russa, o que pode vir a criar dificuldades de identificar os interesses da agenda do Estado.


Nesta área o desenvolvimento de relações mais próximas com a China e a índia são linhas fundamentais da política externa para a Ásia. São parte integrante da estratégia de consolidação de relações diversificadas geograficamente e do dinamismo que as economias asiáticas representam face a uma economia europeia quase estagnada. (FREIRE, 2013, p.18-9)


Estas vantagens comparativas do comércio internacional, produz um dinamismo das relações entre a política interna e externa da Rússia, pois, ela não fica refém de relações exclusivas com a União Europeia, bloco cuja economia é bastante politizada, cujas as decisões comerciais são filtradas por vínculos diplomáticos, que seguem critérios humanitários.


A variabilidade de regiões de fronteira e de regionalização econômica da própria russa, impõe ao Estado russo, uma obrigação econômica de criar agências regulamentadoras das variadas atividades produtivas, que tem seus fluxos de demanda nas mais vastas regiões do mundo.


O dinamismo das relações comerciais, podem se refletir no convite ao Brasil a se integrar os BRIC’s, chamando pela primeira vez um país da América do Sul nas negociações tipicamente asiáticas, envolvendo a China e a Índia, o que reflete justamente um interesse russo de não ser economicamente dependente de nenhuma região específica.


Nesta área o desenvolvimento de relações mais próximas com a China e a índia são linhas fundamentais da política externa para a Ásia. São parte integrante da estratégia de consolidação de relações diversificadas geograficamente e do dinamismo que as economias asiáticas representam face a uma economia europeia quase estagnada. (Ibid, 2013, p.18-9)


A Rússia pela sua condição espacial, não pode sofrer interpretações pretensamente universais, que não refletem a variabilidade das formações físicas e humanas dos povos, mas precisa de um ecletismo metodológico, que compreenda o papel singular do país, assim como de todos os outros, que não são parte de um sistema internacional sem contribuições autênticas, mas são justamente unidades estatais, peculiares no mundo.

Essa dimensão civilizacional e de construção identitária, como base de afirmação do poder ideacional tem vindo a ganhar consistência, reforçando o argumento de caráter distintivo das políticas russas e das suas opções em termos de desenvolvimento político, social e mesmo econômico. Um modelo que de acordo com as autoridades russas não deve ser uma imitação dos padrões ocidentais, mas antes refletir as particularidades de um sistema diferenciado, com um passado distinto e com capacidades e objetivos também eles diferentes. (Ibid, 2013 p.19)


Esse construtivismo russo aplicado ao pensamento político internacional, não é somente parte de uma metodologia científica de interpretes da Rússia ou das relações internacionais como um todo, entra também como parte de uma documentação oficial do Governo, nos anos de Dimitri Medvedev (RUSSIAN FEDERATION, 2008)


Ao discutir o sistema internacional, sua mecânica e composição, o documento propõe que a Rússia também é um Estado europeu, que está pronto para contribuir com a constituição de uma política continental europeia, porém esta precisa reconhecer as peculiaridades da população russa.


O documento faz referência a extensão geográfica de natureza continental, as variabilidades regionais dentro do mesmo território, que dizem respeito a uma sociedade religiosamente diversa, multinacional, uma federação que comporta várias repúblicas e governos regionais, um modelo político ímpar.


A partir dos princípios apresentados, Morgenthau passa a teorizar sobre o poder nacional e sobre a “luta pelo poder”, subtítulo de seu livro primordial. Dessa maneira, reconhece a existência de um poder nacional, a partir do qual será formulada a política externa de uma nação, visando à obtenção de poder. (BITTENCOURT, 2017, p.6)


Com base nessa junção de termos construtivistas e realistas, o que a Rússia propõe não é uma russificação do mundo, tampouco uma europeização do seu próprio país, mas um sistema internacional, que seja construído em um formato de assembleia internacional, sem interesses e normas rigidamente pré-fixadas, mas aptas a refletir o posicionamento dos países membros das organizações internacionais.


a Rússia reconhece plenamente a sua responsabilidade pela manutenção de

segurança quer global quer regionalmente e está preparada para tomar medidas

conjuntas com outros estados no sentido de encontrar soluções para problemas

comuns. Mas se os nossos parceiros se revelarem mal preparados para

desenvolverem esforços conjuntos, a Rússia, de modo a proteger os seus

interesses nacionais, terá que agir unilateralmente mas sempre tendo como

base o direito internacional. (RUSSIAN FEDERATION, 2008)


A Rússia distintivamente de algum Estado que deseje aplicar uma política externa com bases somente no direito internacional ou com um enfoque soberanista anti-universal, ela é reconhecidamente um país que decide interpretar o mundo nas duas linguagens, a da cooperação e de independência que o país possui das outras nações.


Conclusão


Os Estados para a teoria construtivista, não segue uma lógica de interpretação e de estudo de uma observação rigidamente empírica, onde o observador precisa observar, deduzir informações do objeto, o Estado não é um ente que está fora das relações humanas, ele é um ente que deve ser acompanhado das perguntas históricas e ontológicas do ser.


O ser humano, no tempo e no espaço, cria a civilização, que é justamente o estágio de saída da condição de coletores e caçadores, para um estatuto tecnológico marcado pela técnica, cujo trabalho garante a condição de reprodução, porém, diferentemente de um empirismo rígido, cuja execução prática, pode ser submetida arbitrariamente à repetição, os povos podem ter uma visão subjetiva a respeito desta mesma técnica, não no seu sentido instrumental, mas no seu fim.


Estas perguntas fundamentais a respeito do porquê do Estado ou da razão da comunicação em termos estritamente política dos povos um com os outros, intermediada pelas burocracias nacionais, exige uma compreensão das condições desta cooperação, porquê cooperar e como exercer essa comunicação?


O esquecimento das condições sensíveis do ser na polis, o que hoje chamamos de Estado moderno, provoca estranheza e até repulsa aos entes que perguntam sobre o ser na política, o domínio da técnica instrumental sobe à filosofia política, faz parecer absurdo querer entender o porquê dos Estados e da sua atuação.


Bastaria apenas descrever a sua atuação, sujeitos, que dentro desta racionalidade instrumental da política com base em fins premeditados, são lidos pelo status quo internacional, como rebeldes intransigentes ou revolucionários, mesmo que sejam vindas das camadas mais conservadoras e tradicionais da Rússia, que estão a fazer perguntas existenciais sobre o ser russo e o ser no mundo.


O ser no mundo, necessariamente precisa destruir o ser na Rússia? Questões desta ordem chamam o debate para a filosofia política, exercício comum na antiguidade clássica, mas esquecido no aprisionamento científico aos limites técnicos da instrumentação experiencial de natureza positivista.


As relações humanas, inclusive as relações internacionais, consistem de pensamentos e ideias e não essencialmente de forças e condições materiais. Esse é o elemento idealista filosófico do construtivismo que contrasta com a filosofia materialista da maioria dos raciocínios positivistas da ciência social. (JACKSON; SØRENSEN, 2007, p.342)


Esta raciocínio nos anos do Governo de Mendvedev, na busca de uma geografia existencialista, que trata-se justamente de uma união multidisciplinar entre a filosofia e a geografia, que é a busca de perguntas sobre o ser, situadas no tempo e no espaço, que remetem a debates internos do existencialismo, sobre o ser do homem, este ente físico.


Logo, é possível notar, que existe uma peculiaridade da interpretação das elites russas sobre o seu papel no mundo hoje, distintamente, dos policymakers, que pensam em termos numéricos, estatísticos, a técnica não é o fim último da política internacional, mas é uma exigência categórica a realização do ser russo.


Logo, o ser russo, não é um sujeito fragmentado pelas ciências modernas, onde pode explorar somente o homus econômicos, políticus, psíquico, mas é um sujeito integral, ontológico, cuja rigidez positivista não é suficientemente capaz de analisar, pelo menos, não isoladamente, a Rússia de acordo com o documento “Rússia Federation”, necessita de um ecletismo analítico.


Referências

Maria Raquel Freire, « Política externa russa: as dimensões material e ideacional nas palavras e nas ações », e-cadernos CES [Online], 19 | 2013, p.18-9, p, 19.

Bittencourt, Paulo Victor Zeneratto. POLÍTICA INTERNACIONAL, DO PENSAMENTO REALISTA À TEORIA NEORREALISTA: O pensamento teórico de Hans Morgenthau e Kenneth Waltz em. INTRATEXTOS, Rio de Janeiro, vol. 8, n.1, 2017, p. 1-22, p.6.


Robert Jackson; George SØrensen. Introdução às relações internacionais: teorias e abordagens. Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2007, p. 342.


Russian Federation (2008), “Foreign Policy Concept of the Russian Federation. Approved bythe President of the Russian Federation Dmitry Medvedev, President of Russia Official Web Portal”, 12 de julho. Consultado a 30.07.2021 disponível, em<< http://archive.kremlin.ru/eng/text/docs/2008/07/204750.shtml.>>

 
 
 

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