Meu primeiro voto foi para Ciro Gomes
- Pedro Valente
- 8 de out. de 2018
- 2 min de leitura

Conheci Ciro Gomes em 2016, quando o caos já havia perdido os freios, a catástrofe nos acenava a poucos metros e a ciência geral sobre sua figura não transpunha o perímetro de algumas universidades. Ciro condenava a vigarice do impeachment que debelou a presidente Dilma com a veemência e a razão que faltava em outros setores progressistas, declarando verdades sobre o pérfido vice, avançando bravamente sobre calhordas em Fortaleza, integrando a resistência contra o irracional e o torpe. Minha curiosidade se prestou à boa e velha saga por informação; ao final do mesmo ano, eu já estava irredutível quanto ao meu voto em 2018.
Posso dizer que meu pessimismo contra a recuperação orgânica e popular do PT – efeito de escolhas detestáveis e um programa que há muito se concentrava em paliativos e não reformas – e necessidade de um representante que tratasse as moléstias nacionais com a coerência que se exige foram um dos elementos centrais na minha definição eleitoral, ademais, é preciso coligir premissas incombatíveis para duvidar que um candidato com a experiência, o ideário, o projeto e a equipe de Ciro Gomes faria um trabalho inesquecível na presidência da República – até hoje procuro. A cada dia que passava, surgiam mais votos que não eram presos ao medo, ao ódio ou a grilhões afetivos. De repente, éramos mais de dez milhões.
Todos que compunham seu eleitorado sabiam que seria difícil mas que a glória valeria cada mensagem, cada foto, cada adesivo, cada suspiro de esperança pelo Brasil. O País que se revelou no último dia sete será melhor compreendido no tribunal impiedoso da história, onde não cabem recursos ou escusas, onde não se esquece. Sou feliz pela minha escolha, pelo que fiz por ela e por saber que não estive sozinho nessa batalha.
Pedro Valente
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