Sobre Ciro e sobre Haddad, agora vamos falar sério (por Gustavo Castañon)
- Jornal A Pátria
- 22 de ago. de 2018
- 2 min de leitura
Força eleitoral não é força política!

Vamos falar sério. Não adianta a patrulha petista vir hienar aqui na minha página dizendo que o Ciro está isolado porque nós e a torcida do Flamengo já sabemos disso. A questão é que o PT, Bolsonaro e Marina também estão. O PSB preferiu a auto-mutilação à apoiar o PT e Lula, não foi só Ciro que eles deixaram de apoiar oficialmente.
Então vamos avaliar a situação política, e não eleitoral, que mostra um Lula que todos sempre soubemos que, candidato, seria invencível.
1) Lula continua preso e isolado politicamente. Sua chance de ser candidato é nula, é a única circunstância na qual os militares dariam um golpe.
2) Seu substituto ainda não dá sinais de vida, embora eu tenha certeza que ainda crescerá muito nas pesquisas. Quanto? As pesquisas indicam, a preços de hoje, um teto de 15%.
Com 15% Haddad teria que superar Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin para estar no segundo turno.
3) No dia da votação, se Haddad estivesse nas pesquisas na frente de três desses, teria que superar ainda três adversários consideráveis: a) a abstenção recorde; b) os excluídos pela biometria no NE; c) a fraude eletrônica.
4) Se chegar embolado com mais dois desses, certamente não passará das urnas eletrônicas (assim como Ciro).
5) Se passasse para o segundo turno, ele só teria chances de vitória com Bolsonaro, mas ainda perde de lavada dele hoje.
6) Se se elegesse, teria que tomar posse.
7) Se tomasse posse, chegaria sem poder político pessoal algum, um anão político, reeditando o inferno de uma oposição gigante no congresso.
8) A resposta da plutocracia e da classe política seria sem pestanejar o parlamentarismo, arruinando a única chance eventual que temos de alguma transformação no Brasil.
9) Sem força e acossado pela guerra sem fim contra o PT, sem poderes com o parlamentarismo e obrigado a indultar Lula, cairia na primeira canetada.
Lula é um gênio eleitoral e sua intuição do pensamento médio do brasileiro é formidável.
Mas suas opções políticas desde o mal fadado apoio de Maluf a Haddad em 2012 tem resultado em ganhos eleitorais imediatos e erosão do capital político em médio prazo.
Eu sou um palpiteiro de rede e o Lula é o Lula.
Mas o meu palpite, e tem sido esse desde 2012 sem errar nenhum, é que Lula está nos conduzindo ao abismo.
Espero estar errado dessa vez.
Gustavo Castañon
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